O projeto de lei, de autoria do deputado estadual, Jooji Hato, estranhamente aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo que proibe o transporte de um segundo passageiro na carona das motocicletas, em dias da semana, em municípios com mais de um milhão de habitantes – além da Capital, Guarulhos e Campinas se enquadram nesse perfil – é uma das ideias mais estúpidas e imbecis já apresentadas. Espera-se que o governador Geraldo Alckmin tenha discernimento e bom senso para vetar o projeto que passou pelos representantes do povo.
Os argumentos do deputado beiram o ridículo para não dizer a insanidade. Em vez de brigar para que sejam adotadas medidas de maior segurança, como a contratação de mais policiais, por exemplo, busca-se soluções paliativas que não combatem os problemas
Também não convence o argumento de diminuir o número de mortes no trânsito a partir do momento em que o carona for proibido. Qualquer motociclista devidamente habilitado sabe que a presença de um passageiro implica numa mudança de condução. Cabe às autoridades a instrução e a fiscalização das regras do Código Nacional de Trânsito, que define a motocicleta como um veículo que pode transportar até duas pessoas.
Aliás, qualquer norma ou lei que vá contra os direitos de ir e vir das pessoas deve ser execrada por toda a sociedade. Que se crie um movimento por maior segurança da população. Mas focado em ações que combatam de verdade a criminalidade.
Esse tipo de projeto serve apenas para criar polêmica e disfarçar os grandes problemas que a sociedade enfrenta. A origem da violência passa muito longe do banco traseiro de uma motocicleta. Essa não é a causa. Talvez, os motivos que levam a esse estado de coisas estejam justamente na própria população que, entre outras coisas, não sabe escolher seus representantes. Fosse diferente, um parlamentar com esse tipo de ideia, talvez nunca conseguisse se eleger.