Contrariando uma tendência mundial de isolamento dos poucos países que insistem em manter o comunismo, a presidente Dilma Rousseff (PT) fez sua primeira visita oficial a Cuba, a ilha de Fidel Castro que deixou – há muito tempo – de ser considerada exemplo de igualdade social, o grande sonho dos “comunistas”. Longe disso, é um país que divide a miséria em contraponto com alguns poucos privilegiados, que têm a benção do Estado.
Mesmo assim, Dilma se recusou a comentar problemas em relação aos direitos humanos no país comunista. Ela até admitiu haver violações no Brasil e mirou seu discurso contra os Estados Unidos, citando a prisão de Guantánamo, base naval localizada em território cubano, onde 171 supostos terroristas são mantidos.
“Nós vamos falar de direitos humanos em todo o mundo? Vamos ter de falar de direitos humanos no Brasil, nos EUA, a respeito de uma base aqui que se chama Guantánamo”, respondeu a presidente a jornalistas. Dilma, com toda a ideologia que defende, tem todo o direito de assim se manifestar. Porém, ela falha ao ainda idolatrar o clã Castro, no poder há 53 anos, primeiro com Fidel e agora com o irmão Raul. Ao agir desta forma, colocou uma pedra sobre pelo menos 17 mil pessoas que foram assassinadas pelo regime na ilha, simplesmente por discordar da ditadura comunista em que vivem. Estima-se ainda que 83 mil cubanos morreram afogados na tentativa de fugir do país
Ou seja, Dilma repete o ex-presidente Lula, que ignorou a opressão cubana, quando visitou seu companheiro Fidel, ainda como presidente. Ao atacar Guantánamo, seguindo o discurso dos Castro, ela toma partido na crítica a prisão de terroristas, mas ignora um povo que busca gozar de maior liberdade.
Elogia-se Dilma, porém, quando ela reconhece que existem violações de direitos humanos no país que governa. Admitir o problema é um bom princípio para tentar solucioná-lo. Que as provocações da imprensa internacional em Cuba possam surtir efeitos concretos por aqui e nas relações exteriores. Sempre é bom lembrar que Dilma chegou ao poder prometendo mais atenção aos direitos humanos. A mudança mais expressiva foi quanto ao Irã, com apoio à investigação de violações. Poderia ser assim em relação a Cuba. Simples.