As obras de construção de uma marginal à rodovia Presidente Dutra, pela concessionária CCR NovaDutra, desde o viaduto de Cumbica até o Cidade de Guarulhos, foram muito bem recebidas pelo município, inclusive sendo motivo de comemoração por boa parte das lideranças locais e autoridades. Em tese, toda obra que vise melhor o fluxo de veículos no município sempre deve ser bem vinda. Porém, há que se fazer algumas considerações sobre o traçado final da nova via, que ainda tem partes
Lógico que depois de concluída, com todas as pistas liberadas, pode até ser que o caos no trânsito, instalado desde que a marginal começou a ser aberta, para quem entra ou sai de Guarulhos seja minimizado. Mas – se nada for feito pelo município – com certeza, os moradores do município serão confinados na nova marginal, permitindo que as pistas expressas no sentido Rio – São Paulo fiquem liberadas apenas para quem passa pela cidade. Não é difícil perceber o nó que já se forma.
Quem vem da região de Bonsucesso terá, obrigatoriamente, que usar a via marginal desde Cumbica. Todos que sairem desta região idem. Os procedentes do Aeroporto e do Cecap também. Mais à frente, todos que pegam a Dutra pela Antonio Campanella vão para o mesmo lugar. Juntando com todo o trânsito proveniente da Paulo Faccini, Anielo Pratici e Tiradentes, já dá para perceber que vai faltar pista para tantos veículos que, inevitavelmente, irão em marcha reduzida, até – pelo menos – o Internacional Shopping e Fernão Dias, rumo a São Paulo.
A concessionária está no papel dela de melhorar as condições da rodovia, sobretudo para que a utiliza em trechos maiores e, naturalmente, paga pedágios. A população de Guarulhos, com poucas alternativas, acaba transformando a Dutra numa grande avenida, já que não há contrapartidas do poder público municipal, nem investimentos no sistema viário para – ao menos – minimizar o problema. Desta forma, as novas marginais da Dutra serão um ótimo negócio para quem não é de Guarulhos. Quem vive aqui, terá pistas novinhas em folha, porém congestionadas. A cidade, mais uma vez, ficou em segundo plano.