A realização de uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Guarulhos numa quinta-feira não mereceria maior atenção da mídia a não ser que algum projeto de grande importância para a população estivesse
Aliás, a falta de produtividade dos vereadores guarulhenses nesta gestão foi marcante. Sem generalizar, mas a maioria dos vereadores eleitos em 2008 e que entram no último ano deste mandato não honrou os votos que receberam. Poucos projetos de relevância foram votados e aprovados. Na maior parte deles, um apoio incondicional ao Executivo, em um jogo de troca de favores que colocar a representatividade da população em segundo plano. Para muitos parlamentares, vale muito mais os cargos e favores que recebem da Prefeitura do que os anseios dos eleitores que os colocaram lá.
Tanto é assim que o número de sessões improdutivas na Casa chama a atenção de quem acompanha de perto o trabalho parlamentar. Neste ano, que para os vereadores começou em 1º de fevereiro, nada ocorreu pelos lados da João Gonçalves. Alugmas, como foi comum no ano passado, já deixaram de ser realizadas devido à falta de quórum. Em uma delas, na semana passada, os trabalhos foram suspensos imediatamente após a abertura, pontualmente às 14h, já que não havia número suficidente de vereadores em plenário.
Ora, apesar das profissões de cada um dos vereadores – muitos deles não vivem da política mas de seus trabalhos de origem -. os nobres parlamentares recebem salário pago pelo povo para – pelo menos – estar presentes nas sessões duas vezes por semana, por cerca de três a quatro horas. Fora desse horário, dificilmente é possível confirmar se eles estão de fato exercendo seus mandatos. Assim, realmente, por mais incrível que pareça, causa surpresa o fato da Câmara realizar uma sessão numa quinta-feira, dentro de uma semana de carnaval. Mas que ninguém se iluda. À menor dor de barriga (ou outros interesses), as sessões deixarão de ser realizadas de novo.
