Nas últimas duas semanas, a mídia massacrou a opinião pública com as mortes de três crianças e adolescentes. Duas vítimas de acidentes com Jet skis e outra na queda de um brinquedo no Hopi Hari, um dos maiores parques de diversões do Brasil. Tirando o aspecto sensacionalista que esses temas ganham, a grande repercussão deve ser vista como positiva, já que chama a atenção da sociedade para problemas que – até podem parecer corriqueiros – afetam diretamente a vida das pessoas. Quem, em sã consciência, pode imaginar que um feliz dia com a família em um parque de diversões irá terminar de forma trágica? Ou que um “inocente” passeio a bordo de uma moto aquática (como a empresa detentora da marca Jet ski exige que seja chamada) irá culminar com a morte de crianças totalmente indefesas? Alguém pode acreditar que um pai, como no caso da represa Billings no último final de semana, iria pensar que seu filho poderia ser vítima fatal durante um passeio em um bote puxado por ele? Com certeza, as respostas negativas valem para todos esses questionamentos. Porém, não é possível atribuir à fatalidade esses acontecimentos. A imperícia, imprudência ou mesmo irresponsabilidade devem ser punidas. Cada qual com sua pena. Também há de haver bom senso em relação a um pai que acabou responsável pela morte do próprio filho. Não deve existir pena maior que o fato em si. Já no que se refere ao adolescente que estava com o Jet em Bertioga, deve haver sim punição exemplar para quem permitiu sua utilização. Ou mesmo a quem poderia mas nada fez para impedir tamanha irresponsabilidade. Seus pais e até os proprietários do equipamento devem responder criminalmente pela morte da garotinha de 3 anos que via o mar pela primeira vez neste carnval. Por sua vez, o Hopi Hari tem a obrigação moral de prestar esclarecimentos à sociedade, além de ser devidamente penalizado pelo acidente que culminou com a morte da adolescente de 14 anos, que despencou do tal “elevador de brinquedo”. Em nenhum desses casos – e em muitos outros que não ganham o mesmo espaço na mídia – pode ocorrer a impunidade. Somente com penas exemplares será possível evitar novas mortes de formas parecidas.