O Brasil passa por uma ampla transformação no perfil de sua população, com o aumento da expectativa de vida da população. A média hoje está na casa dos 73 anos, sendo, 77 anos para as mulheres e 70 anos para os homens. Atualmente, os idosos já representam quase 10% de toda a população e, até 2050, devem representar 30%, ultrapassando os jovens. Esse envelhecimento populacional, ao mesmo tempo em que demonstra um avanço científico e social do país, representa também um grande desafio para a saúde pública. A redução da mortalidade e da natalidade contribuem para o envelhecimento populacional em um processo quase irreversível, que pode até ser considerado uma vitória do povo brasileiro. Devido, principalmente, às melhorias das condições de vida e das intervenções em saúde, está vivendo mais. Porém, nem tudo são flores. Junto a esse avanço, uma série de problemas que contribuem para que esse aumento na expectativa de vida não se reflita diretamente na qualidade, principalmente no que se refere ao setor de saúde. Esse aumento populacional gera impactos diretos no uso de serviços públicos de saúde. Há cada dia mais idosos utilizando os serviços médicos e hospitalares, sem que ocorram investimentos nas mesmas proporções e necessidades. O resultado é a deficiência no atendimento à população, diga-se, de todas as idades. O motivo é conhecido: não há médicos, nem tampouco equipamentos públicos suficientes para atender esse aumento na demanda. O setor de saúde suplementaracaba sendo a válvula de escape para quem tem condições de pagar algum valor para, em tese ter um atendimento diferenciado. Porém, o aumento da demana também desse segmento, fez com que nem mesmo os planos de saúde privados consigam dar conta de um atendimento de qualidade. O resultado pode ser visto em hospitais lotados e sérias dificuldades até para conseguir marcar uma consulta médica. Há que se encontrar, com a máxima urgência, soluções para contornar essa triste realidade.