Com o passar do tempo, a reforma de um imóvel antigo é inevitável. Dependendo da idade do imóvel é necessário reforçar a estrutura, pintar as paredes e checar rede hidráulica e elétrica, para garantir um ambiente agradável e seguro. Mas quando vale realmente a pena reformar um imóvel antigo? E quando compensa derrubá-lo e construir outro no lugar?
O certo é que ambos exigem altos investimentos e alteram a rotina dos proprietários. "No caso da reforma de um imóvel antigo, o segredo para não ter surpresas desagradáveis, tanto no novo visual da casa como no bolso, é planejar a reforma da casa o mais detalhadamente possível. É necessário definir com antecedência o máximo que pode ser gasto na obra e se manter fiel ao orçamento durante toda reforma. Para isso, vale elaborar uma planilha, que deve ser preenchida e acompanhada atentamente até que a reforma acabe. Se extrapolar o gasto previsto em um item compense gastando menos no outro", afirma Hugo Mascarin, do Portal Casa e Oferta.
A arquiteta Bruna Giacomini Inforçato, da Recupere Engenharia, afirma que uma reforma exige um projeto bem mais específico do que a construção de um imóvel novo para que se consiga manter o orçamento. "Sempre achamos que uma reforma é mais simples do que na verdade realmente ela é, o que acarreta em equívocos por parte de quem pretende reformar", afirma. Entretanto, a reforma apresenta como vantagem a possibilidade de se conservar as principais característica e a originalidade da construção.
Principais problemas
Willian Duarte, proprietário da empresa Doutor Resolve, em Piracicaba, conta que os principais problemas encontrados na reforma de um imóvel antigo são infiltrações, calhas, rachaduras, pintura e rede elétrica. "A pintura esta entre os itens mais caros e mais necessários em uma reforma, pois é ela que irá dar uma cara nova ao imóvel. Aplicações de gesso, grafiato, valorizam o imóvel, além de garantir uma boa estética. Vale ressaltar que profissionais de pintura costumam ser raros no mercado", afirma Duarte. Mascarim lembra que, mesmo que pequena, a reforma deve ser feita por etapas. "O ideal é avaliar se vale a pena ou não reformar, comparando o valor do imóvel, quanto vai ser gasto e quanto ele vai se valorizar após a obra", alerta.
Tipo de imóvel: residencial ou comercial
Outro ponto importante é o tipo de imóvel que se pretende reformar: se ele é residencial ou comercial. Carlos Antonio Bazzo já passou pela experiência de reformar esses dois tipos de imóveis e diz que os resultados foram diferentes em cada reforma. "Não aconselho a reformar um imóvel residencial, além de ter tido que sair de casa por algum tempo, gastei muito dinheiro, e não consegui fazer a reforma que eu pretendia. Apesar do imóvel ter ficado bom, não tive nenhuma valorização na hora da venda, mesmo ele sendo bem localizado".
Já para seu imóvel comercial a reforma valeu a pena. "Apesar da reforma ter demorado cerca de dez meses e dos gastos terem sido significativos, reforcei a estrutura do imóvel para que ele comportasse a construção de mais dois andares e isso valorizou bastante na hora da venda, pois tive retorno no investimento que eu fiz neste imóvel", afirma Bazzo.
Bruna afirma que a principal vantagem de se construir ao invés de reformar o imóvel é a maior possibilidade de se controlar tempo e gastos. "Quando começamos do zero qualquer construção, se obtivermos os devidos projetos bem detalhados, creio que conseguimos controlar mais o tempo e os gastos. E assim também minimizar os erros e deixamos do jeito que o cliente gostaria".
No caso de construir um imóvel, Marcarin aconselha contratar um arquiteto ou engenheiro civil para projetar a casa. "Neste caso, vale a pena pedir indicações para a escolha do profissional", afirma Marcarin.
Compra dos materiais
Também é necessário ter cuidado na hora de comprar os materiais que são o principal gasto para construção de um imóvel. "Antes da compra de materiais, é importante realizar uma boa pesquisa em pelo menos quatro locais diferentes", diz Hugo. Ele ainda lembra que é necessário avaliar se o frete está incluso no preço cotado; o preço e qualidade do material (um produto barato pode ter baixa qualidade); além da importância de se conferir com calma todo o material no momento da entrega.
Marcarin destaca também que o essencial na hora de decidir entre reformar um imóvel antigo ou construir um novo é definir qual o seu objetivo com a reforma e construção. "Se for um imóvel residencial, que o proprietário não tenha intenção de usá-lo como investimento, mas sim como uma residência confortável, em que ele pretenda passar um bom tempo de sua vida, talvez valha à pena avaliar a possibilidade de se gastar um pouquinho mais numa reforma. Tudo vai depender do que você pretende construindo ou reformando um imóvel", finaliza Mascarin.