Neste final de semana, a cantora e compositora Ana Carolina estará em São Paulo com o show "Ensaio de Cores"; as apresentações acontecem nos dias 20, 21 e 22. Aos 37 anos, solteiríssima e de bem com a vida, essa mineira de Juiz de Fora e apaixonada pela pintura – e claro, pela música! – soltará seu vozeirão no palco do HSBC Brasil, na Chácara Santo Antonio, em Santo Amaro. Só depois desta turnê de lançamento de CD e DVD que percorrerá todo o Brasil, é que Ana irá pensar em um novo trabalho, provavelmente no fim do ano.
A artista, que ganhou seu primeiro violão da mãe e, já aos 16 anos, cantava nas noites de Juiz de Fora, discorda do termo "nova MPB" usado pelos críticos quando estes se referem aos novos cantores do gênero, e ao ser perguntada pela reportagem a respeito da atual produção musical no Brasil, disparou: "tem gente que deveria dormir antes de cantar". Nesta entrevista, ela ainda revelou o desejo de ser mãe.
Como você avalia o que os críticos chamam de a "nova MPB" ou "moderna MPB"?
ANA CAROLINA – Eles chamam os "artistas novos" de "a nova MPB". Eu nunca vi um "novo jogador de futebol brasileiro" ser chamado de "o novo futebol brasileiro". Digo isso, até porque muitos artistas novos fazem música com um som tradicional, as mesmas formações, baixo, bateria, guitarra ou violão (tocados da mesma forma) maaaaaassss são a nova MPB (risos). Cada um é cada um. Alguns realmente são "criadores" de algo menos comum, o que merece atenção.
Cauby Peixoto, recentemente, em entrevista à Free São Paulo, disse que essa questão de "nova MPB" trata-se de um modismo. Você concorda?
ANA CAROLINA – Viva Cauby! Sim pode ser um modismo. Eu acho que vale a velha máxima de "quem é bom fica". O tempo cuida de fazer essa filtragem. Quem é bom fica, quem não é, "tchau"!
Em SP, temos a Rádio Nova Brasil FM que só toca MPB. Faltam mais emissoras para dar espaço à nova safra de artista da Música Popular Brasileira?
ANA CAROLINA – É preciso ousadia para abrir espaço para o novo, mas as rádios que investem em música brasileira não se arrependem.
O que você acha da produção musical, hoje, no Brasil?
ANA CAROLINA – Hoje em dia é muito mais fácil produzir, os artistas são mais independentes e se produz muito, nem tudo é bom, mas tem muita música de qualidade! Existe uma frase que diz: os cisnes cantam antes de dormir. Tem gente que deveria dormir antes de cantar, não é? (risos)
Você defende o regionalismo na música? Ou defende sua universalidade?
ANA CAROLINA – Eu defendo música com verdade, emoção, bem tocada e bem cantada.
Você começou tocando nos barzinhos em Juiz de Fora. Este é o caminho [tocar em barzinhos] de quem pretende chegar ao topo da MPB?
ANA CAROLINA – Cada um tem que fazer seu caminho. Para mim funcionou como um exercício, um aprendizado. Quando comecei a fazer sucesso já estava segura suficiente para encarar.
Quando aconteceu o seu primeiro contato com a música?
ANA CAROLINA – Eu sempre gostei de música e ouvi muita música. O interesse em fazer música surgiu pela primeira vez quando ganhei da minha mãe um violão. Eu ficava trancada o dia inteiro tentando aprender os acordes, me espelhando no que via e ouvia dos meus "mestres", como Chico Buarque e João Bosco. Com o tempo, os acordes começaram a fazer um sentido diferente, especial, além da mera repetição das músicas que eu conhecia . Foi então que eu passei a ver a música como um caminho possível, real, e apesar de autodidata, me dediquei compulsivamente ao entendimento e estudo do instrumento (violão) e da própria música. Com 16 anos, eu já me apresentava profissionalmente na noite de Juiz de Fora.
Como é o seu relacionamento com fãs? Você se policia no sentido de nunca ter um envolvimento sentimental com um fã?
ANA CAROLINA – Procuro manter o respeito, que é o princípio de toda boa relação, mas não me policio não.
É verdade que você passa, pelo menos, três horas do dia, pensando na maternidade?
ANA CAROLINA – Não de uma forma metódica, mas penso sim…
O sonho de ser mãe será realizado este ano?
ANA CAROLINA – Não quero determinar uma data, mas o desejo está presente em mim.
Defende a barriga de aluguel?
ANA CAROLINA – Eu defendo as pessoas tentarem ser felizes, se esse for o caminho, por que não?
Você está solteira?
ANA CAROLINA – Estou, mas não conta pra ninguém, tá?