Variedades

Artistas tomam rédeas da Mostra do Fomento

Após organizar a 6.ª Mostra do Fomento à Dança, a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) percebeu que somente apresentar espetáculos na Galeria Olido não era suficiente. Era necessário criar meios de pensar a dança contemporânea em São Paulo. “Chamamos os grupos contemplados nas três últimas edições do Fomento para que, juntos, organizássemos a mostra”, diz o coordenador do Núcleo de Fomento à Dança da SMC, Marcus Moreno.

A parceria inédita resultou em um evento ampliado em relação aos anteriores. A ideia central permanece: as companhias fomentadas mais recentemente são convidadas a apresentar seus trabalhos ao público – estejam eles prontos ou em processo de criação. Tradicionalmente organizada na Galeria Olido, a mostra agora chega a outros sete locais públicos da cidade, como a Biblioteca Monteiro Lobato, o Centro Cultural São Paulo e o Centro Cultural da Juventude.

Da primeira reunião, com a participação de cerca de 30 profissionais da dança, criou-se um grupo de trabalho com seis pessoas que acompanharam de perto a organização da 8.ª Mostra. “Pensamos em formas de dar mais visibilidade ao evento, descentralizá-lo e promover a formação de público”, diz José Maria Carvalho, diretor do Viver Núcleo Artístico e integrante do grupo. Ele conta que uma das ações já promovidas pelo coletivo foi o contato com estudantes e pesquisadores de dança – universidades como Unicamp, PUC-SP e Anhembi Morumbi receberam palestras sobre a conquista, em 2005, da lei que garante o fomento, a importância do apoio à dança e o funcionamento da mostra.

O contato entre os artistas também foi aprimorado com a criação do Encontros: E aí, o que você tem feito?. Nos eventos, integrantes das companhias falam de suas trajetórias, expõem seus processos de criação e discutem ações de política cultural.

Com a chegada de espetáculos à periferia, novas técnicas de divulgação foram utilizadas. “Fomos até os locais para entender, conversando com os gestores, qual é o melhor caminho”, afirma Carvalho. “Blogs e redes sociais funcionam muito bem nos bairros mais afastados. Dão um resultado melhor do que colocar em um jornal ou em uma revista, por exemplo.”

Presentes nas edições anteriores, os workshops foram mantidos. Segundo Carvalho, os encontros são uma maneira de debater a linguagem dos espetáculos, criando interesse no público e fornecendo signos para que as coreografias sejam mais bem compreendidas.

Programação

Como a participação da mostra não é obrigatória, nem todos os grupos que foram contemplados pelas três últimas edições do fomento participam – mas a adesão é alta: 31 dos 45 projetos se apresentam. Sem estreias, o evento é uma oportunidade de assistir a espetáculos que tiveram curta temporada. Destaque para JAM 1mm of All That, concebido e dirigido por Cristian Duarte. Com hits dos anos 1980 e 1990, bailarinos improvisam passos de jazz e convidam o público para participar. “Estudamos referências do jazz, como Bob Fosse e Lennie Dale e misturamos ao jazz atual e às danças urbanas”, explica Duarte. Ele conta que um mestre de cerimônia apresenta ao público a proposta interativa do espetáculo. Roupas do universo do jazz ficam disponíveis para quem quiser participar.

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