O encerramento da temporada de 2014 da São Paulo Companhia de Dança ocorre em grande estilo a partir desta quinta-feira, 27, mas o grupo já anuncia uma agenda cheia para o próximo ano. Uma das novidades é a residência artística em que bailarinos e coreógrafos vão trabalhar no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), em um processo completamente aberto ao público.
A ocupação, que começa no dia 16 de janeiro e vai até 20 de março, é dividida em duas: nos primeiros 45 dias, bailarinos da companhia vão ser supervisionados pelo coreógrafo Clébio Oliveira e, na outra metade do tempo, é Rafael Gomes quem comanda os artistas. “No exterior, muitas companhias de dança têm parcerias com museus. Para a SPCD é a primeira vez”, diz a diretora do grupo, Inês Bogéa, animada com os trabalhos que estão por vir.
Com o curador do museu, Felipe Chaimovich, Inês escolheu obras do acervo do MAM – pinturas, instalações, objetos – e três temas que dão norte às criações: gravidade, desequilíbrio e suspensão. A diretora adianta algumas das intenções dos coreógrafos, como fazer criações em dança usando uma parede inclinada, levando os bailarinos a ficarem fora do eixo. Outra performance pode criar uma inversão do céu, envolvendo pantufas e estudando o movimento das crianças.
A agenda do projeto ainda não está definida, mas é esperado que o processo coreográfico ocorra três vezes por semana. O público pode ver o início da criação, um ensaio corrido intermediário e a performance final. As peças com as quais os bailarinos vão interagir ainda não foram divulgadas, mas é possível que haja criações de nomes como Hélio Oiticica e Mira Schendel.
Temporada. As viagens da companhia nesses quase sete anos de existência – a SPCD foi criada no dia 28 de janeiro de 2008 – ajudaram Inês a escolher o tema da temporada de espetáculos de 2015. “Quando nos apresentamos no exterior, o público se pergunta que Brasil é esse que estamos mostrando”, conta a diretora. Pensando na multiplicidade de culturas, chegou ao tema O Corpo no Mundo. Assim, selecionou trabalhos que, de alguma maneira, relacionem o Brasil com outros países. “A ideia é pensar a cultura do corpo no mundo e a cultura do mundo no corpo.”
A primeira semana ocorre em junho, com um programa de três coreografias de Jirí Kylián – checo que fez carreira na Holanda e cujas obras fazem sucesso por aqui -, com ordem de apresentação escolhida pelo próprio. Outro destaque ganha espaço em novembro: com a vida profissional dividida entre Alemanha e Chile, a brasileira Marcia Haydée condensa o clássico Dom Quixote.
As assinaturas podem ser renovadas a partir de 2/12 e adquiridas entre 8 de dezembro e 4 de maio de 2015. Por R$ 100, tem-se acesso a todos os espetáculos, sempre no mesmo dia da semana, mantendo a mesma poltrona. As cadeiras disponíveis aos assinantes são limitadas a 50% da casa, que tem capacidade total de 829 lugares.