Em turnê pela primeira vez no Brasil, com 12 shows entre novembro e dezembro, a rapper americana Akua Naru se apresenta nesta sexta-feira, 28, em São Paulo, no Sesc Belenzinho, com ingressos esgotados. Enquanto mostra no palco o primogênito The Journey Aflame (2011), Naru prepara um novo álbum, no qual vem trabalhando há dois anos.
A banda que acompanha a cantora há seis anos, Digflo, é formada por baixo, guitarra, bateria e teclados, além das tradicionais pickups, comandadas pelo brasileiro Rafael Bask. O toque especial do saxofone traz a melodia do blues e do jazz que tanto influenciaram sua formação musical. “Fui induzida por artistas que não tinham medo de deixar sua mensagem e falar a verdade, como Nina Simone, Donny Hathaway e Lauryn Hill”, conta. Para Naru, tirar força desses exemplos faz com que ela se aproxime de sua identidade no rap.
Apenas ao longo de 2014, Akua Naru já passou por dez países. Viajando, colhe influências para suas composições onde chega. Ela acredita que “aprende e se inspira muito” por estar sempre em trânsito. Apesar de se apresentar no Brasil há apenas algumas semanas, já enxergou uma identidade no rap nacional: “O movimento independente do hip-hop é bastante forte. Artistas muito bons estão juntando suas forças e usando a internet para criar oportunidades, fazer música e chegar a seus fãs”, opina, citando Rashid e Criolo como representantes desta leva de empreendedores do estilo.
A vinda ao Brasil acontece graças ao encontro na Europa com o rapper Emicida. “Foi amor ao primeiro som”, descreve a rapper. Eles produziram uma faixa juntos, “diferente, completamente viva”, conforme conta. “Em qualquer lugar do mundo, você vai encontrar amantes desta cultura e pessoas usando arte para se expressar. Eu amo o hip-hop por isso.”