Variedades

Livro relata experiência do Cine Tela Brasil

Eles são contadores de histórias, mas de um tipo especial. Para Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, não basta contar experiências transformadoras em belos filmes como O Bicho de Sete Cabeças, Chega de Saudade e As Melhores Coisas do Mundo, que ele escreveu e ela dirigiu, ou como a animação História de Amor e Fúria, que ele escreveu e dirigiu. Laís e Luiz acreditam que se possa retirar o sonho da tela e forçar a realidade. Mudar o mundo, mesmo que uma pequena mudança.

Em 1996, colocaram na caçamba do próprio carro um projeto de 16 mm e saíram mostrando – em escolas, praças, aldeias indígenas – seus curtas e os dos amigos. A experiência virou um documentário (Cine Mambembe) e, em 2004, surgiu o Projeto de cinema itinerante Cine Tela Brasil, com o objetivo de exibir filmes para comunidades de baixa renda.

Em 2007, começaram as oficinas Tela Brasil, para ensinar – gratuitamente – como produzir curtas-metragens. Em 2014, ocorreu o lançamento do Instituto Buriti, para fomentar o audiovisual como ferramenta de aprendizagem. Não se trata só de alfabetizar os interessados para a criação do audiovisual. O instituto leva oficinas educativas de alfabetização audiovisual para escolas públicas. Semeia projetos audiovisuais no contraturno das escolas. Ao longo desses dez anos, cresceu tanto que estava absorvendo muito Laís e Luiz.

Demais? “A gente gosta e considera superimportante o trabalho social, mas ele tomou uma dimensão tal que estávamos sem tempo para investir no nosso lado autoral e artístico”, contou Luiz numa entrevista. Desistir do Cine Tela Brasil? Jamais – dispostos a continuar investindo em audiovisual e educação, eles fizeram com que o Cine Tela se desdobrasse e aperfeiçoasse nas mãos de ex-funcionários que viraram empresários. O Cine Tela está preparando o primeiro cinema itinerante do Brasil em 3-D. Tudo isso é narrado num livro que será lançado nesta segunda-feira, 1º, às 19 horas, no Museu da Imagem e do Som (Avenida Europa, 158). Trata-se de Cine Tela Brasil e Oficinas Tela Brasil – Dez Anos Levando o Cinema a Escolas Públicas e Comunidades de Baixa Renda.

O livro está cheio de histórias, não apenas de números. No limite, o que interessa são as pessoas. É assim no cinema de Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi e é assim nesse sonho de cinema mambembe que eles conseguiram fazer real. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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