Enquanto museus e galerias ainda preparam-se para iniciar, de fato, suas programações do ano com novas exposições, o público pode aproveitar para ver – ou rever – algumas belas mostras em cartaz em São Paulo. Numa ida à Estação Pinacoteca, no Largo General Osório, é possível visitar a primeira antologia de Mona Hatoum, uma das principais criadoras da cena contemporânea.
Desde obras mais antigas, como o vídeo Measures of Distance, de 1988, até as instalações Sonhando Acordado e Janela, criadas a partir da experiência da artista em São Paulo, a exposição de Mona Hatoum, nascida no Líbano, em família de origem palestina, mas residente, há décadas, no Reino Unido, apresenta, como uma costura, trabalhos que colocam questões sobre o feminino, a opressão e a guerra.
No mesmo prédio, no andar dedicado ao Gabinete de Gravura, vale a pena conferir a exposição dedicada à obra gráfica do gaúcho Iberê Camargo, cujo centenário de nascimento foi celebrado no ano passado. A exibição está para encerrar – vai apenas até sábado, 31, mas traz preciosidades como a série inteira das gravuras que ele apresentou na Bienal de 1963, e uma paisagem pintada em 1941.
Outros destaques imperdíveis na cidade são as mostras fotográficas do peruano Martín Chambi (1891-1973), no Instituto Moreira Salles, e de Hans Gunter Flieg no Museu de Arte Contemporânea da USP. Face Andina, do primeiro, reúne 88 imagens do fotógrafo de família indígena quéchua, entre paisagens como as de Macchu Picchu e retratos. Já a exposição dedicada ao imigrante judeu alemão que chegou ao Brasil em 1939, apresenta suas criações modernas e pioneiras no campo da publicidade e arquitetura.
Para fechar a seleção, uma ida ao Itaú Cultural, na Avenida Paulista, é a oportunidade de conhecer o recém-inaugurado Espaço Olavo Setubal, dedico à exibição permanente das ricas peças das coleções Brasiliana e Numismática do banco privado. Já na entrada, mais de 300 gravuras coloridas a mão no século 19 com representações da fauna e flora do Brasil recebem os espectadores.