“Xuxa chegou”, diziam estrelas do elenco da Record no início do evento em que a emissora anunciou as novidades para a programação de 2015, na manhã dessa quinta, 5. Mas não foi a loira a pessoa que surgiu no palco. Quem acabava para posar para fotos era o ex-atleta Fernando Scherer, também chamado de Xuxa. A esperança de ver a apresentadora foi alimentada quando viram a cadeira reservada para ele, onde o apelido estava escrito em um papel.
Minutos mais tarde, o vice-presidente artístico e de produção da Record, Marcelo Silva, contou que ainda esperava uma definição da Rainha dos Baixinhos. “Se chegarmos aos termos, ela estará conosco”, afirmou o executivo após fazer brincadeiras com a situação ao apontar para o companheiro de palco, o superintendente artístico e de programação, Paulo Franco. “Ele quer que eu diga que muitas pessoas vão ser demitidas”, disse numa referência aos rumores de que a emissora teria de dispensar funcionários para pagar o salário da loira. Os executivos revelaram ainda que o canal já recrutou profissionais de TV dos EUA para auxiliar na criação do talk-show que Xuxa deve comandar – que, antes mesmo de estrear, já é comparado ao programa comandado por Ellen DeGeneres, famosa por seu estilo ágil e divertido. “Assim como os brasileiros são bons de novela, os norte-americanos são com talk-shows e séries. A gente tem dificuldade de encontrar bons roteiristas”, disse Paulo Franco ao jornal O Estado de S.Paulo. Segundo fontes, o salário de Xuxa está bem abaixo de R$ 500 mil. No entanto, ela pode faturar mais com merchandising.
O fato de artistas enfrentarem problemas ao serem liberados para aparecer em uma emissora concorrente foi levado em consideração. “A gente pode mesclar conhecidos com desconhecidos. A função da TV é contar histórias e isso ela (Xuxa) sabe fazer”, rebateu Franco. A gaúcha, aliás, continuará na tela do Viva, que reprisa programas antigos dela na Globo e não vai parar após a mudança.
Franco não quis comentar a relação dela com o canal por causa de uma ação que a apresentadora moveu contra a Record, que exibiu uma foto dela nua no Programa do Gugu.
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Gugu Liberato, por sua vez, voltará ao ar pela Record no dia 25 deste mês. A atração, que mistura quadro de entretenimento, reportagens, jogos e números musicais, irá ao ar três vezes por semana. “Meu primeiro programa de auditório foi o Viva a Noite, que ia ao ar às terças. A Record queria que eu ficasse no ar de segunda a sexta, mas já estarei seis horas por semana. Se for todo dia, o pessoal vai enjoar de mim”, brincou.
A apresentação das novidades foi mais dinâmica do que nos anos anteriores. No palco, os executivos interagiam com um vídeo no telão, em que a atriz Bárbara Borges simulava estar dentro de um computador, que aparentemente havia dado defeito. Ela clicava nos programas da tela e, ao longo do evento, colegas de emissora como Sabrina Sato e Rodrigo Faro entravam e saíam da tela.
Houve até piada em cima do lado cantor de Roberto Justus. Em uma parte da apresentação, Bárbara acessava a playlist do suposto computador, em que apareciam discos de artistas como Tom Jobim, Britney Spears e também do apresentador.
Os executivos também anunciaram o novo slogan da emissora “Uma TV Aberta para o Novo”. Além de citar a transmissão do conteúdo em novas plataformas, como o Netflix, que tem a série Milagres de Jesus em seu catálogo, a interatividade nos programas também foi um dos assuntos. “Hoje, o telespectador quer ser protagonista”, explicou Paulo Franco.
A parceria com empresas anunciantes para redução de custos em novos programas teve destaque. “A gente quer usar os clientes como coprodutores. Por que a gente vai querer fazer tudo sozinho?”, disse Franco. A Record começou a gravar a novela Escrava Mãe em parceria com a produtora Casablanca, em São Paulo, apesar de a emissora ter um complexo de estúdios no Rio. “Havia a necessidade de adiantar a produção. Além de nossas equipes estarem fazendo as novelas Os Dez Mandamentos e Vitória, as cenas são gravadas em uma fazenda no interior de São Paulo”, contou Anderson Souza, diretor de teledramaturgia do canal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.