A exemplo da bossa nova, de tradicionais blocos carnavalescos e da obra literária de Machado de Assis, as marchinhas de carnaval foram declaradas patrimônio imaterial do Rio de Janeiro, por serem manifestações tipicamente cariocas. “As marchinhas são uma expressão musical que há anos anima o carnaval do Rio. Desde os primeiros ranchos, o mesmo ritmo, musicalidade e ironia estão presentes nos bailes e nas ruas da cidade”, justificou Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. “Estamos reconhecendo um patrimônio já consagrado pelos cariocas.”
A listagem tem 56 bens imateriais, que são, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), “práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, grupos e indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.
Para a Unesco, esse tipo de patrimônio é “particularmente vulnerável”, porque muda com o passar dos anos; por causa disso, foi adotada em 2003 a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. No Rio, a lista abarca o Beco das Garrafas, a torcida do Flamengo e as escolas de samba.