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Pouca representação de negros e mulheres em filmes gera polêmica ao Oscar

A edição de 2015 do Oscar tem gerado polêmica. Nas redes sociais, hashtags indicam: neste ano, negros e mulheres são pouco representados pelos filmes concorrentes. O único que tem protagonista negro é Selma, indicado a Melhor Filme, que retrata a luta de Martin Luther King. No entanto, a diretora do longa, Ava DuVernay, não figura entre os concorrentes a Melhor Direção. É a primeira vez desde 2006 que nenhuma mulher é indicada a nenhum dos 5 grandes prêmios além de Melhor atriz e nenhum dos indicados a melhor filme tem protagonista mulher.

Nesta edição, completam-se 10 anos do prêmio de Menina de Ouro, vencedor do melhor filme em 2005 e último a ganhar com protagonista feminina.

O longa levou a estatueta de Melhor Filme em 2005. Maggie Fitzgerald (Hilary Swank) é uma jovem determinada que possui um dom ainda não lapidado para lutar boxe e precisa convencer o treinador de que vale à pena treiná-la, mesmo que ele não goste de treinar mulheres.

Indicado ao Oscar de 2007, A Pequena Miss Sunshine conta a história da garota Olive (Abigail Breslin), convidada para participar de um concurso de beleza para meninas pré-adolescentes. Nesse ano, quem levou o prêmio foi o filme Os Infiltrados.

O filme indicado em 2010, conta a história de uma jovem negra que precisa superar as violências sofridas, além do preconceito por ser gorda e pobre e ainda criar seu filho com problemas mentais.

O filme mostra os bastidores da realeza inglesa logo após o acidente que causou a morte da princesa Diana, em 1997. Sua Majestade Rainha Elizabeth II isolou-se atrás das paredes do Castelo Balmoral com sua família, incapaz de compreender a resposta do público, não só britâncio, mas mundial, a esta tragédia.

Concorrente a Melhor Filme no Oscar de 2008, Juno chamou atenção ao retratar as dificuldades de uma adolescente que engravidou acidentalmente. A atriz Ellen Page, que deu vida à adolescente Juno MacGuff, também concorreu ao Oscar de Melhor atriz, mas não levou.

Indicado em 2011, Cisne Negro mostra a intensidade da disputa entre as bailarinas de uma grande companhia de balé. Nina, vivida por Natalie Portman, possui sérios problemas pessoais e ainda vê uma de suas colegas pressioná-la para tomar seu posto. Nesse ano, quem levou a estatueta foi O Discurso do Rei.
Em meados dos anos 60, uma jovem jornalista de uma pequena cidade no estado do Mississipi resolve escrever um livro dando voz às empregadas domésticas. O filme debate o preconceito racial e social nos Estados Unidos nos anos 60, mas acabou perdendo a estatueta para O Artista.

O filme baseado em fatos reais foi indicado na edição de 2014 do Oscar. O longa retrata a busca da irlandesa Philomena Lee por seu filho.

Cena do filme Indomável Sonhadora, com Quvenzhané Wallis. O filme foi indicado a Melhor Filme em 2013, mas não levou. A atriz mirim Quvenzhané Wallis também foi indicada como Melhor Atriz e, apesar de não ganhar, se tornou a mais nova atriz a receber uma indicação na categoria.

Indicado ao Melhor Filme em 2014, Gravidade conta a história dos astronautas Ryan Stone (Sandra Bullock) e Matt Kowalski (George Clooney) em meio a uma chuva de destroços no espaço sideral. O filme perdeu a estatueta para 12 Anos de Escravidão, mas o mexicano Alfonso Cuarón levou o prêmio de melhor direção.

Desde sua criação, o Oscar demorou 81 anos para premiar sua primeira diretora mulher. A vencedora foi Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror em 2010. Nunca na história um diretor negro venceu, e a última chance para que isso acontecesse foi ano passado quando Steve McQueen perdeu para Alfonso Cuarón, parte de outra minoria, os latinos. 94% das pessoas da Academia são brancas, 2% são negros e 2% são latinos. A média de idade na instituição é de 63 anos, sendo que 77% são homens.

O perfil dos votantes afeta não somente os vencedores, mas também os tipos de histórias contadas. Este ano, o Oscar deixou de lado vários bons filmes em que uma mulher é a personagem central. Garota Exemplar, Dois Dias, Uma Noite e Livre são alguns deles. Dos indicados a melhor filme, Selma: Uma Luta Pela Igualdade é o único que não está centrado na história de um homem branco e, coincidentemente, é o que tem menos indicações. Apenas duas.

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