Variedades

Oficinas culturais são fechadas em São Paulo

As oficinas culturais são novas vítimas do aperto orçamentário do Governo do Estado de São Paulo. A queda de 30% no repasse das verbas levou a organização social Poiesis a decidir pelo fechamento de nove das 23 oficinas instaladas na capital paulista e no interior e a demitir a maioria dos funcionários.

A notícia do fechamento de cinco oficinas no interior e quatro na cidade de São Paulo, a partir de 22 de abril, pegou produtores culturais, artistas e usuários de surpresa. Diversos abaixo-assinados coletam adesões. Na noite de domingo passado, revoltadas com a notícia, cerca de 200 pessoas foram às ruas protestar contra o fechamento da oficina em Araçatuba.

Está programado o fechamento das oficinas de Campinas, Araraquara, Bauru e São João da Boa Vista. Na capital, segundo os coordenadores, duas delas já estariam com as atividades encerradas e com pessoal demitido. Outras duas – em São Miguel Paulista e na Vila Brasilândia – devem fechar as portas em abril.
“É um retrocesso. Faz 17 anos que temos o espaço dedicado aos artistas e que reúne os coletivos da região e a oficina existe desde 1999”, diz Sasha Arcanjo, coordenador da oficina Luiz Gonzaga, de São Miguel Paulista, na zona leste da capital. “Em São Paulo, duas oficinas já fecharam, a Mazzaropi e um projeto que funcionava no parque da Água Branca, cujos funcionários já foram demitidos”, afirmou. “Embora ainda existam no papel, na prática essas oficinas estão desativadas.”

As oficinas são administradas pela Organização Social (OS) Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Linga e à Literatura, por meio de convênio com a Secretaria da Cultura. O contrato com o Estado prevê um repasse de R$ 134 milhões para desenvolvimento das oficinas até 2018, mas, para 2015, dos R$ 28 milhões previstos, o governo confirmou o repasse de apenas R$ 19 milhões. A redução levou a Poiesis a optar pelo fechamento das sedes alugadas e demissão de pessoal para reduzir os custos.

Para a Poiesis, não se trata de fechamento, mas de reestruturação porque as atividades das oficinas fechadas serão transferidas para as que continuarão abertas. E os cursos que atendem cerca de 300 municípios no interior continuarão em parcerias com prefeituras e entidades municipais. Com isso, as atividades em Araçatuba, por exemplo, serão transferidas para Presidente Prudente, a 200 quilômetros de distância. Apenas um coordenador de cada oficina continuará trabalhando – os demais serão demitidos. A Poiesis não informou quantos funcionários serão demitidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Posso ajudar?