A Pinacoteca do Estado anunciou nessa terça-feira, 24, por meio de um comunicado que vai cortar 15% de seu orçamento para 2015, medida que inclui a demissão de 29 dos 254 funcionários que fazem parte de sua folha de pagamento. “A ideia foi a de que o público tivesse o menor impacto possível com o redimensionamento que tivemos de fazer de nossa receita”, afirmou Paulo Vicelli, diretor de relações institucionais e captação de recursos do museu, ao jornal O Estado de S.Paulo. O repasse do governo estadual de São Paulo para a instituição seria de R$ 27 milhões para o ano, mas, agora, passará a ser de R$ 23,5 milhões para suas atividades e manutenção.
A medida faz parte de uma demanda da Secretaria de Estado da Cultura para que as Organizações Sociais gestoras dos museus vinculados à pasta cortem seus orçamentos neste ano “diante do cenário de deterioração da economia nacional”, afirmou o órgão, através de nota. Ao todo, 18 museus estaduais são administrados por meio do sistema de Organizações Sociais. Segundo Vicelli, as demissões na Pinacoteca já ocorreram, mas a grade de programação será mantida, disse o diretor institucional.
“As mostras de abril (a retrospectiva de Nelson Felix e as exposições de José Resende e Sean Scully) já estão em processo de montagem”, explicou Vicelli. “Mesmo um projeto grande, como o que fizemos com a Tate (Paisagens da Mente: Pinturas de Paisagens Britânicas, programada para julho), está mantido.” Uma resolução relacionada ao corte orçamentário, entretanto, foi “suspender” a extensão do horário de funcionamento da instituição às quintas-feiras, até as 22 horas.
A Pinacoteca do Estado é gerida pela Associação Pinacoteca Arte e Cultura e sua administração compreende ainda a Estação Pinacoteca e o Memorial da Resistência. O museu também passa por momento de troca de direção – a partir de abril, o curador e historiador Tadeu Chiarelli vai ocupar o cargo de diretor artístico da instituição no lugar de Ivo Mesquita. “Não é um momento de crise da Pinacoteca, é um redimensionamento de recursos em face da situação não só de São Paulo, mas do País”, destacou Paulo Vicelli.
Quadro
Dentro do atual quadro dos museus do Estado de São Paulo, a reportagem publicou no sábado, 21, uma reportagem sobre o corte de R$ 1,6 milhão do orçamento de 2015 do Museu Afro Brasil. O diretor da instituição, Emanoel Araujo, afirmou que seria necessário demitir 25 funcionários como parte da resolução da Secretaria de Cultura. “Teremos de remanejar toda a parte administrativa do Afro Brasil”, disse, na ocasião, Emanoel. Segundo ele, a área mais afetada com as demissões seria o setor educativo do museu, que recebeu, em 2014, 210 mil visitantes. A programação do Afro Brasil para 2015 também estaria assegurada apesar da redução de sua receita.
Anteriormente, ainda, a Associação dos Amigos do Paço das Artes Francisco Matarazzo Sobrinho, responsável pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e pelo Paço das Artes, abrigado na Cidade Universitária, optou pela demissão de 18 funcionários – “sendo 13 colaboradores do MIS e 5 do Paço das Artes”, especificou a Secretaria de Estado da Cultura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.