As obras do novo Teatro Cultura Artística devem ser iniciadas ainda este ano. O alvará que permite o início da construção foi emitido na semana passada e nas próximas semanas será divulgado o resultado da concorrência que vai escolher a construtora responsável pelo projeto. A primeira fase da obra deve durar 18 meses e inclui a fundação do prédio. Segundo a Sociedade Cultura Artística, a verba para essa etapa já existe e logo deverá ser realizada uma campanha para arrecadar novos fundos. “Se tudo correr como desejamos, a previsão é de que o teatro esteja pronto em 2019”, afirma Frederico Lohmann, superintendente da entidade.
Construído em 1950, o antigo Teatro Cultura Artística, localizado na Rua Nestor Pestana, no centro da cidade, foi destruído por um incêndio em 2008. Um ano mais tarde, foi apresentado o projeto do novo teatro, assinado pelo arquiteto Paulo Bruna. A previsão inicial era de que ele seria entregue em 2012, a tempo das comemorações pelo centenário da Sociedade Cultura Artística, mas a captação e a obtenção das permissões necessárias para o início das obras atrasaram o projeto. O novo teatro será construído no mesmo endereço e foi mantido o painel da fachada, assinado por Di Cavalcanti, preservado no incêndio e restaurado em 2011.
“Já em 2008, fizemos o pedido para aprovação da construção. As autorizações dos órgãos de proteção de patrimônio, nas esferas municipal, estadual e federal foram emitidas rapidamente. Mas o alvará de execução levou um pouco mais de tempo”, diz Lohmann. Segundo ele, a demora foi ocasionada pela desapropriação de um terreno vizinho, ocupado por uma boate. “O alvará depende de uma série de autorizações, entre elas a da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Além da entrada principal, nosso projeto prevê uma outra abertura, de frente para o terreno ocupado pela boate, onde será construída uma rotatória pela Prefeitura. Por conta disso, apenas com o final do processo de desapropriação, em 2012, é que o nosso projeto pode ser analisado pela secretaria, tendo sido aprovado agora”, completa. Para Lohmann, a nova entrada é importante, “pois abrirá o teatro em direção à Praça Roosevelt”.
Segundo Lohmann, quatro empresas estão entre as finalistas do processo de concorrência para a construção. Ele não quis divulgar os valores orçados tanto para a primeira fase da obra quanto para o restante do projeto. “Eles ainda dependem das propostas feitas pelas construtoras, então não há um valor exato a ser divulgado”, informa ainda. Em 2010, no entanto, a previsão era de que a primeira fase consumiria R$ 31 milhões e o projeto total, R$ 75 milhões. Ainda de acordo com Lohmann, com o início das obras, a Sociedade Cultura Artística pretende começar uma campanha para captar o restante do dinheiro. “Foi uma sugestão do próprio Ministério da Cultura estabelecer fases distintas para o projeto, permitindo que a captação e a obra fossem feitas por etapas.”
Alterações
O projeto original do novo Cultura Artística incluía apenas uma sala de apresentações, com cerca de 1.400 lugares – ao contrário do teatro antigo, que tinha duas salas. Na versão final, no entanto, a sala menor reapareceu. “Nós passamos os últimos anos fazendo adaptações e ajustes no projeto. E um dos principais foi voltar a incluir uma sala menor, multiuso. Ela ficará no teto do prédio e não no subsolo, como chegamos a considerar. Sua capacidade é de 220 lugares, mas o palco tem quase as mesmas proporções do palco maior. Com isso, ela servirá também de sala de ensaios para orquestras e balés, por exemplo. Isso é importante porque deixará o palco principal livre para apresentações”, ressalta Lohmann. Além dos concertos de sua temporada oficial, o teatro vai servir para um leque amplo de atividades, incluindo ópera, balés e teatro.
A outra mudança com relação ao projeto original é a inclusão de um espaço multimídia, “nos moldes do Museu da Língua Portuguesa e do Museu do Futebol”. “Nele, vamos realizar exposições de caráter educativo. O prédio também terá uma livraria e um restaurante que ficarão abertos durante todo o dia, tornando o espaço uma referência para a região”, acrescenta Frederico Lohmann. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.