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ESPAÇO AAPAH – Desvendando o Água Azul

Legenda da foto: Tijolo de barro com a inicial do sobrenome da família dona da olaria, caracteristicamente fabricado em Guarulhos. Ano 2009. Acervo: AAPAH/Bruno Leite de Carvalho.
 
 
Sobre o nome do bairro Água Azul, os moradores mais antigos contam que teve origem devido a existência de uma lagoa com água muito clara e azulada. Esta lagoa foi feita nos anos quarenta por uma empresa com a intenção de extrair areia. Com o abandono do local, os lençóis freáticos formaram a lagoa que iria batizar o bairro. 
 
A localidade do Água Azul é cercada pelos bairros do São João, Tapera Grande, Lavras e Bonsucesso, territórios que possuem as mais relevante reminiscencias do passado colonial Guarulhense
 
O bairro se formou em meio às minas de água, córregos e cachoeiras, sendo a base do desenvolvimento local.
 
Há ainda relatos esparsos sobre a atividade mineradora do local, que teria levado a exploração de ouro e a expulsão de famílias que moravam no local, assim como a presença de escravos na abertura da estrada de Nazaré. 
 
Duas famílias foram responsáveis pelo povoamento. A família Luftala, responsável pelo loteamento, e uma família de japoneses que desenvolveu algumas cultura hortaliças.
 
 
As olarias de Guarulhos que produziram tijolos e telhas não só para a cidade, mas também para a Capital Paulista, tiveram sua contribuição para o desenvolvimento da região. No Água Azul encontramos os fornos mais preservados do Município. Em 1960, Guarulhos chegou a ter 260 olarias e cerca de 520 fornos para queima de tijolos.
 
Por conta da característica bucólica e rural do bairro, existem famosas lendas rurais no local como a Noiva do Capelinha, a jiboia de sete metros que protege a nascente do Ribeirão Tomé Gonçalves e o Lobisomem do Água Azul.
 
A Capela Nosso Senhor do Bom Jesus, ou a Igreja do Capelinha foi fundada em 1942 pela família Zacanaro e hoje pertence a família Martello. Fundada sobre um antigo cemitério, foi local de animadas festas dedicada a Bom Jesus com presença da banda Lira e de importantes famílias do centro.
 
A capela foi tombada pelo Decreto Municipal número 21.143, de 26 de dezembro de 2000.
 
 
Historiador, responsável pelo Núcleo de Patrimônio Cultural da AAPAH, coautor dos livros “Cecap Guarulhos – Histórias, Identidades e Memórias” e “Guia Histórico Cultural de Logradouros – Lugares e Memórias de Guarulhos” e "Signos e Significados em Guarulhos: Identidade, Urbanização, Exclusão
 
 
 

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