São cinco décadas de carreira. A data redonda foi celebrada no ano passado, quando Francis Hime lançou o belo disco de inéditas, Navega Ilumina. Ainda em 2014, o novo repertório se uniu a canções de carreira para um projeto em comemoração aos seus 50 anos de música. Foi em uma única apresentação, no Espaço Tom Jobim, no Rio, gravada ao vivo. O registro acaba de chegar às lojas no CD e DVD Francis Hime – 50 Anos de Música, pela Biscoito Fino.
Neste ano, as celebrações continuam. Um dos grandes nomes da música brasileira, Francis diz que é esse formato de show que vai levar adiante. “Há sucessos com o Chico (Buarque), como Atrás da Porta, Trocando em Miúdos, Passaredo, que não poderiam faltar na comemoração”, comenta o músico, compositor e arranjador carioca, de 75 anos.
Além da festejada dobradinha Chico-Francis, o projeto valoriza outras muitas parcerias de Hime, como a histórica com Vinicius de Moraes, o grande incentivador da carreira musical do então jovem aspirante a engenheiro Francis Victor Walter Hime. Estão no repertório Sem Mais Adeus, a primeira de autoria de Francis e Vinicius, e Maria da Luz, parceria póstuma que Francis já havia mostrado no álbum Navega Ilumina.
“Eu e o Flávio Marinho trabalhamos em um roteiro a quatro mãos. Fizemos um primeiro balaio com cerca de 50, 60 canções, e fomos montando o show pensando também na estrutura dramática. Por exemplo, tenho um núcleo com canções ligadas às minhas filhas, como Sessão da Tarde, que fiz com a Joana, minha filha do meio; tem Luiza, que eu e Chico fizemos para nossas terceiras filhas; Lua de Cetim, que eu cantava muito com minha filha mais velha (Maria) na década de 70.”
No DVD, o extra 5 em Ponto – numa referência ao grupo Os Seis em Ponto, da década de 60, do qual Francis e Nelson Motta fizeram parte – proporciona momentos deliciosos. Ao piano, Francis recebe seus amigos Nelson, Flávio Marinho e Geraldo Carneiro e a mulher Olivia Hime. E, com eles, vai rememorando histórias antes de tocar um repertório mais afetivo pensado para a ocasião. Francis surpreende Nelsinho ao tocar – e lembrá-lo de – Morro Triste, a primeira letra oficial do amigo. “Surgiu também a ideia de revelar a verdadeira primeira música que eu fiz, a Pra Cartola. Dei esse título agora. Eu vi que nela tinha muito do que Cartola fazia, que eu ouvia muito na minha infância. Eram meus ídolos Cartola, Pixinguinha, Ataulfo Alves, Heitor dos Prazeres.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.