Variedades

Vanusa, aos 67 anos, tem disco novo e álbuns dos anos 60 e 70 relançados

Foram duas décadas sem entrar em um estúdio para fazer um disco novo. Nesse longo tempo, Vanusa Santos Flores quase deixou de cantar. Ficou traumatizada desde o dia em que fez uma infeliz interpretação do Hino Nacional. Estava sob efeito de remédios. Ao ver o resultado do estrago que as redes sociais passaram a fazer em sua vida, pensou em jogar a toalha.

E ela jogou, até que Zeca Baleiro passou a procurá-la quando ela ainda estava internada em uma clínica de reabilitação. Zeca, o único artista a dar sinais para saber de seu estado de saúde, propôs a salvação à qual Vanusa se agarrou: um novo disco. “O Zeca Baleiro iria produzir um disco meu! Quase desmaiei”. Ao deixar a clínica, passou a fazer registros aos poucos e, agora, anuncia que o trabalho sai em um mês.

Ao mesmo tempo, duas caixas preciosas lançadas pelo selo Discobertas, com o melhor que Vanusa fez em sua carreira, seguem para as lojas neste momento. A primeira delas traz quatro discos que Vanusa gravou entre 1967 e 1973. O primeiro é Vanusa (com o hit Pra Nunca Mais Chorar), e os outros são, todos homônimos, de 1969 (um de seus melhores álbuns, roqueiro e às vezes psicodélico, com Hei Sol, Meu Depoimento e Que Você Está Fazendo Nesse Lugar Tão Frio?); de 1971 (com os bônus Namorada, de Antonio Marcos, Homem, de Taiguara, e Sem Mistério, de Luis Vagner); e o de 1973 (com as extras Valeu a Pena, de Eduardo Lages e Expedito Faggione) e o tema do Fantástico (de Guto Graça Mello e Boni).

A segunda caixa da Discobertas (cada uma sai pelo preço médio de R$ 80) traz o álbum de 1974 (que tem Sonhos de um Palhaço, de Antonio Marcos e Sérgio Sá); Vanusa Amigos Novos e Antigos (com o sucesso Paralelas, de Belchior, e Outubro, de Milton Nascimento e Fernando Brant); Vanusa 30 Anos (compilação com a primeira gravação feita para Avohai, de Zé Ramalho) e Viva Vanusa (que traz Mudanças, A Vida Não Pode Parar, Gaiola Dourada e Meu Nome é Noite Vadia).

É um material poderoso que sai em um momento oportuno de redescoberta e revalorização de uma cantora que foi equivocadamente embalada para a Jovem Guarda, apesar de jamais ter feito parte da turma do programa de Roberto Carlos.

Vanusa traz uma influência roqueira de anos 70, distante da ingenuidade do iê-iê-iê. Assume uma performance explosiva no palco, com a seriedade e trejeitos de uma Janis Joplin.

Há muito tempo sem abrir sua casa para a imprensa, ela recebeu o Estado na tarde de terça-feira, no centro de São Paulo. Falou abertamente, lembrou histórias de seu auge, falou do homem de sua vida, Antonio Marcos, e dos reflexos devastadores que sentiu desde que o Hino Nacional entrou em sua vida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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