Uma lenda indígena conta que o casal de gêmeos kaxinawá foi concebido pela jiboia Yube em sonhos e herdou poderes especiais. Para se transformarem em um pajé e em uma mestra dos desenhos, os jovens precisam adquirir habilidades e conhecimentos de seus ancestrais, dos animais, das plantas e dos espíritos.
O desafio pode ser conhecido e apreciado no game Huin Kuin: Os Caminhos da Jiboia criado pelo antropólogo e game designer Guilherme Meneses que estará disponível na mostra aberta para o público nesta quinta, 27, no Itaú Cultural.
Se nas edições anteriores o Rumos privilegiava uma única forma de expressão, agora o palco receberá simultaneamente obras nas áreas de fotografia, audiovisuais, espetáculos de teatro e performance.
Ainda nas exposições, o artista visual André Penteado apresentará sua instalação Tudo Está Relacionado montada em um apartamento no bairro de Perdizes. Nela, Penteado expões fotografias, vídeos e documentos para abordar questões históricas e políticas do Brasil.
As artes cênicas serão representadas no trabalho 6 Modelos para Jogar, inspirado no livro Jogo de Amarelinha, do argentino Júlio Cortázar. O encontro entre dança e teatro foi desenvolvido pelos diretores Alex Cassal, Dani Lima, Denise Stutz, Cristian Duarte e Márcio Abreu e, tal qual uma peça em movimento, o jogo parte do encaixe de perspectivas distintas.
O palco também receberá Tropa Trupe que, em parceria com o diretor argentino Walter Velázquez, leva seu A Lenda do Trapezista Cego com base em histórias da antiga sede do grupo situada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A mostra também privilegiará um espaço para debates e encontros com os artistas. Um deles discutirá a violência dirigida à mulher a partir do espetáculo Bonecas Quebradas que realiza um diagnóstico do feminicídio ocorrido desde a década de 1990, em Ciudad Juarez, no México.
A mostra Rumos Itaú Cultural segue até o dia 25 de outubro no espaço da Avenida Paulista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.