Com longas filas desde às 8h da manhã, o público ocupou neste domingo, 27, a exposição Frida Kahlo – Conexões Entre Mulheres Surrealistas no México, no Instituto Tomie Ohtake.
Até a última sexta-feira, mais de 4 mil pessoas já haviam adquirido ingressos para a abertura da mostra, que traz 30 obras de Frida, sendo 17 pinturas e 13 obras sobre papel – e, desse total, dez autorretratos da pintora, seu gênero predileto. Destaque para a famosa Autorretrato com Macacos, que abre a exposição, e Diego em Mi Pensamiento, ambas em óleo de 1943.
Há também exemplares da única experiência de Frida com a litografia – criadas em 1932, em Detroit, depois de ter sofrido um aborto, e baseados em livros de anatomia – diz-se que a artista tinha como primeiro desejo exercer a medicina.
A exposição honra seu título integrando a exibição de trabalhos de outras surrealistas, como Leonora Carrington, Remedios Varo, Maria Izquierdo, Lola Álvarez Bravo, Alice Rahon, Kati Horna, Rosa Rolanda e Olga Costa.
De acordo com a historiadora e curadora da mostra, Teresa Arqc, a escolha de tais obras se deu pelas relações diretas e indiretas de Frida com as artistas. Alice Rahon e Jacqueline Lamba (que foi mulher do poeta André Breton) foram, por exemplo, amantes da mexicana, casada com o pintor Diego Rivera.
A autorrepresentação feminina está presente nas obras da artista. Quando jovem, Frida sofreu um acidente de trânsito – um pára-choque atravessou sua pélvis e saiu pela vagina obrigando-a usar coletes ortopédicos por muito tempo. O episódio ganhou as telas na obra A Coluna Partida.
Com sequelas e lesões permanentes, Frida tentaria engravidar, mas acabou por sofrer três abortos, também retratados em Natureza Morta (Viva a Vida).
A mostra também condensa registros fotográficos realizados por Nickolas Muray (um de seus amantes). Uma dessas imagens ficou famosa em 2002 – quase 60 anos após a morte de artista – quando a revista Vogue ilustrou a capa da publicação com uma foto da artista.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.