A canção Que Sejam Bem Vindos, composta por Cartola, o Poeta das Rosas, está entre as músicas que inquietavam a atriz Regina Braga durante a criação do espetáculo Agora Eu Vou Ser Bonita, que estreia nesta sexta, 2, no Sesc Belenzinho. Ao lado do cantor e ator Celso Sim, ela traz a poesia do samba e da literatura para refletir sobre as dores e delícias de envelhecer. “Já faz algum tempo que eu quero fazer um trabalho que envolva samba.” Como diretora, Regina conduziu Zélia Duncan no espetáculo Totatiando, que traz composições de Luiz Tatit e está em cartaz no Teatro Porto Seguro. “Isso também aumentou a vontade e, por isso, me reuni com o Celso para cantar.”
Com o tempo, as vozes e os estudos se afinaram e chegaram em dois nomes, Cartola e Carlos Drummond de Andrade. “Percebi que o que mais gostava neles eram os trechos sobre velhice e o passar dos anos.”
Para a atriz, essa experiência já ocorre logo após o nascimento. Por outro lado, a ciência tem um outro ponto de vista oferecido pelo médico Drauzio Varella, com quem Regina é casada desde 1981. “Ele tem um livro chamado The Art Of Growing Older e, nele, estão reunidos escritos de autores que falam sobre esse desafio”, conta ela, sobre a obra presenteada por Wayne Booth.
“Drauzio diz que envelhecer começa ainda muito antes, na concepção, porque a gestação já é um envelhecimento.” E quem conduz este “espetáculo-canção”, como chama, é Isabel Teixeira, assistente de Regina em Totatiando. “O que faço é dar continuidade a esse trabalho, costurando um roteiro tão poético. Foi Regina quem fez Drauzio se apaixonar por samba e acabou me contaminando também”, explica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.