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ESPAÇO AAPAH – Ninho do Corvo, nossa segunda casa

Na rua Bezerra de Menezes, 250, no jardim Tranquilidade, está localizado o estádio Antônio Soares de Oliveira, carinhosamente chamado de Ninho do Corvo. Para quem mora no bairro, o estádio é uma extensão da sua casa, podemos chamar de salão de festa ou coisa parecida. Com um ambiente acolhedor, o local nos leva às origens do futebol – a arquibancada de cimento, o alambrado baixo, a proximidade do gramado e o placar manual.
 
As tardes de sábado ou as manhãs de domingo ficam mais alegres com os gritos da torcida e o ritmo da bateria que ecoa nas ruas do bairro. Nos dias de jogos se percebe o grande número de crianças e famílias que incentivam o time da casa. Quando o assunto é Copa São Paulo, a presença é ainda maior, mesmo os jogos sendo no meio da semana.
 
O estádio tem algumas peculiaridades. Quando o chute é muito alto, a bola cai na rua ou nas casas vizinhas. O gandula vira técnico e cobra os jogadores com autoridade. A torcida passa recado para os jogadores que ouvem e às vezes acaba em discussão. Da arquibancada se ouve o barulho da bola ao se chocar com a trave, ao tocar na rede, ao tocar os pés ou a mão do goleiro.
 
Ir ao Ninho do Corvo é um prazer, é sentir parte do time. É quase obrigatório tomar um sorvete, comer um salgado e tomar um refrigerante na lanchonete (a coxinha e o pão com salsicha faz qualquer um voltar ao ninho).
 
Toda vez que vou ao Ninho do Corvo, volto renovado com a sensação única de saber que o futebol é capaz de fazer chorar e rir ao mesmo tempo, que a cada gol recebo um abraço de um desconhecido e que temos a certeza que todos que vão ao estádio sentem essa mesma sensação.
 
Poeta, estudante de História, autor dos livros “Gritos Poéticos” e “Mini Contos”.
 

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