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Corpo de Yoná será velado amanhã no Memorial do Carmo, no Rio

O corpo de Yoná Magalhães, que morreu nesta terça-feira, 20, no Rio de complicações cardíacas, aos 80 anos, será velado a partir das 10h desta quarta, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona norte carioca. A cerimônia de cremação está marcada para as 13h30.

A atriz do clássico “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), do cineasta Glauber Rocha, e de dezenas de novelas, estava internada havia 33 dias na Casa de Saúde de São José, no Humaitá, zona sul. Ela passou mal em 18 de setembro, sendo socorrida no pronto-atendimento do setor de cardiologia do hospital. A atriz precisou ser submetida a uma cirurgia, mas sofreu complicações pós-operatórias e morreu pouco depois das 10h.

Yoná deixa um filho, Marcos Mendes, do casamento com o produtor Luiz Augusto Mendes. Nascida em 7 de agosto de 1935 no bairro do Lins, subúrbio do Rio, ela começou a trabalhar como atriz no começo dos anos 1950, para complementar a renda da família, pois o pai estava desempregado.

O início da carreira foi na rádio e TV Tupi, onde começou fazendo figuração e pequenos papéis. Logo passou a estrelar novelas e o Grande Teatro, programa de teleteatro que encenou cerca de 450 peças nas décadas de 50 e 60.

Em 1962, Yoná rodou o Brasil com as peças “O Amor é Rosa Bombom” e “Society em Baby-Doll”. Durante a turnê, conheceu Mendes na Bahia e decidiu ficar em Salvador. No período, tornou-se estrela do Cinema Novo ao protagonizar a obra-prima de Glauber, em elenco que contava com Othon Bastos, Maurício do Valle (1928-1994) e Geraldo Del Rey (1930-1993). Em “Deus e o Diabo”, ela interpreta Rosa, mulher do trabalhador rural Manoel (Del Rey), que foge de casa, no sertão nordestino, depois de matar o patrão.

Yoná voltou ao Rio ainda em 1964. Foi uma das primeiras mocinhas da jovem TV Globo, integrando o elenco pioneiro contratado pela emissora, recém-inaugurada. Em 1966, formou com o galã Carlos Alberto (1925-2007) um dos mais famosos pares românticos da televisão brasileira, na novela “Eu Compro Esta Mulher”, de Glória Magadan. O casal da ficção acabou junto na vida real.

Em 1970, Yoná e Carlos Alberto trocaram a Globo pela TV Tupi e foram morar em São Paulo. Com o fim do casamento, ele seguiu na emissora, enquanto Yoná retornou à TV Globo em 1972, quando atuou como a vilã Nara em “Uma Rosa Com Amor”, novela de Vicente Sesso, formando triângulo amoroso com Paulo Goulart (1933-2014) e Marília Pêra.

Em 1985, encenou a famosa “Roque Santeiro”, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva. Na novela, interpretou a dona de boate Matilde. O sucesso da personagem foi tanto que Yoná, aos 50 anos, posou nua para a revista Playboy. Ainda em 1985, estrelou “Grande Sertão: Veredas”, minissérie adaptada da obra de Guimarães Rosa. Dois anos depois, participou da novela “O Outro (1987)”, de Aguinaldo Silva.

Nos anos 90 e 2000, Yoná continuou trabalhando em novelas de sucesso, como Despedida de Solteiro (1992) e Senhora do Destino (2004). A última participação de Yoná Magalhães em novelas ocorreu em 2013, em “Sangue Bom”, também na Globo, quando viveu uma socialite decadente.

Nas redes sociais, atores e diretores prestaram homenagens a Yoná. “A telinha fica mais triste sem ela”, disse a novelista Glória Perez. Aguinaldo Silva declarou que “o Brasil está de luto”.
“Que tristeza. Tive a honra de dirigi-la”, lembrou o ator José de Abreu.

O governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se pronunciou, por meio de nota. Segundo ele, “Yoná Magalhães viveu personagens com as várias caras do Brasil, divertindo e emocionando a todos nós”. “Uma atriz que sempre nos brindou com talento e espontaneidade. Deixará saudades”, disse Pezão.

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