A decisão da reitoria da USP de retirar, na semana passada, o letreiro do Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP) do edifício ocupado pela instituição na Cidade Universitária foi recebida como uma ação de “despejo”. “Sim, o MAC está sendo despejado do câmpus onde realiza suas atividades docentes”, disse Helouise Costa, presidente da Comissão de Cultura e Extensão do MAC-USP, na quinta, 26, no Facebook. Para a professora e curadora, a medida vai impactar o acesso dos alunos da universidade aos programas acadêmicos desenvolvidos no local.
“Desde a mudança de parte do MAC para o antigo prédio do Detran, em 2012, a transferência dos demais setores do museu para a nova sede do Ibirapuera já havia sido programada e tem sido feita de forma paulatina”, afirmou a reitoria da USP em comunicado enviado ao jornal O Estado de S.Paulo. A assessoria do reitor Marco Antonio Zago não soube informar, entretanto, o motivo da remoção do letreiro, uma vez que o espaço do câmpus ainda abriga a totalidade da biblioteca do museu (9 mil livros, 27 mil slides e 32 mil catálogos) e grande parte da reserva técnica. Por outro lado, as exposições já são realizadas desde 2013 apenas no edifício do Ibirapuera.
O fato ocorre em momento conturbado do MAC – em novembro, o arquiteto Hugo Segawa renunciou ao cargo de diretor por divergências com o conselho. O estopim, afirmou, teria sido o tema da construção de um restaurante no 8.º andar da nova sede, mas o MAC enfrenta também outras dificuldades – principalmente, orçamentárias.
Como afirmou Helouise, o contrato original para cessão do prédio do antigo Detran à USP pela Secretaria de Cultura do Estado previa que a nova sede não abrigaria “atividades docentes, de pesquisa, administrativas, biblioteca e arquivo”. “Por conta disso, o novo edifício não conta com espaços adaptados para essas finalidades.” A reserva técnica ainda está em construção. Até o fechamento da edição, a reportagem não conseguiu falar com Katia Canton, que assumiu a direção do MAC até nova eleição. / COLABOROU JULIO MARIA
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.