O Teatro Municipal de São Paulo anunciou na manhã desta quarta, 16, uma nova versão de temporada para o próximo ano. Serão apresentadas quatro óperas – La Bohème, de Puccini (remontagem de produção de 2013), Lady Macbeth de Mtsensk (produção do Teatro Helikon, de Moscou), Elektra, de Strauss, e Fosca, de Carlos Gomes. Além da série lírica, apresentações do Balé da Cidade e concertos da Orquestra Sinfônica Municipal ganharão séries de assinaturas próprias. Após recentes cancelamentos, o diretor geral da Fundação Teatro Municipal Paulo Dallari afirmou que toda a programação anunciada será paga com recursos do tesouro municipal, ou seja, não vai depender de patrocínio externo.
A temporada do Municipal viveu um périplo nos últimos meses. Em julho, o maestro John Neschling anunciou em sua página do Facebook a realização de seis produções em 2016. Em setembro, na esteira do cancelamento de espetáculos de 2015, por falta de verbas, a temporada do próximo ano foi reduzida a três óperas. Há cerca de um mês, o Municipal divulgou em um site internacional uma agenda de cinco títulos. E, ontem, apresentou o número de quatro montagens, com o cancelamento do Don Carlo, de Verdi (segundo Neschling, a produção custaria R$ 4,6 milhões).
De acordo com Dallari, o custo total da temporada 2016 será “próximo a R$ 18 milhões”. Questionado pelo jornal O Estado de S.Paulo, na entrevista coletiva, sobre o valor de cada uma das óperas, Neschling afirmou que “há algumas mais caras e outras mais baratas, mas a média fica entre R$ 1,8 milhão R$ 2 milhões”.
Mais tarde, atendendo pedido da reportagem, a fundação divulgou o custo de cada produção de 2016: La Bohème (R$ 1,98 milhão), Lady Macbeth de Mtsensk (R$ 2,72 milhões), Elektra (R$ 3,23 milhões) e Fosca (R$ 3,71 milhões). Os valores, assim, sugerem uma média mais alta: R$ 2,9 milhões por produção. “Falamos em custo de produção, mas isso aqui não é uma padaria. Até porque uma grande montagem de ópera traz um valor para a cidade que não se mede em dinheiro”, disse Neschling.
Para Dallari, “nossa preocupação foi eliminar o condicionamento de receita”. “O que estamos anunciando será pago com dinheiro do tesouro. Trabalhamos com custos realistas para montar um projeto viável de programação. Se conseguirmos captar mais, ótimo.” A dotação orçamentária prevista para o Municipal em 2016 é de R$ 112 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.