Em 1981, Ingrid Bergman lançou sua autobiografia, escrita em conjunto com Alan Burgess – no Brasil, o livro saiu pela Francisco Alves. Em um tom confessional, mas sem ser personalista ao extremo, a atriz sueca conta todos os detalhes mais importantes de sua vida, desde o primeiro casamento, a estreia no cinema, o estouro como estrela e a surpresa ao largar tudo e se mudar para a Itália, com Roberto Rossellini.
Entre todas as histórias, as mais saborosas são justamente as que Ingrid confessa algumas trapalhadas. Como na entrega do Oscar de 1975, quando ela concorria como atriz coadjuvante pela participação em “Assassinato no Expresso Oriente”, de Sidney Lumet.
Ingrid tinha certeza que não seria a vencedora e, quando seu nome foi anunciado, ela não conseguia disfarçar a expressão de espanto. Já com a estatueta nas mãos (a terceira em sua carreira), ela desabafou dizendo que os membros da Academia fizeram a escolha errada, pois a verdadeira vencedora deveria ser Valentina Cortese, pela sua atuação em “A Noite Americana”.
No livro, Ingrid conta que só depois percebeu que foi descortês com as outras candidatas: Diane Ladd (por “Alice Não Mora Mais Aqui”), Talia Shire (“O Poderoso Chefão 2”) e Madeline Kahn (“Banzé no Oeste”).
Em outra passagem, Ingrid conta os bastidores da filmagem de “Sonata de Outono”, poderoso drama dirigido por Ingmar Bergman e coestrelado por Liv Ullmann. Segundo ela, foi somente depois de ver o documentário sobre as filmagens é que percebeu como se portara mal. “Eu reclamava de tudo, opinava sobre tudo. Não sei como não me expulsaram do set de filmagem”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.