Morreu nessa segunda, 15, aos 80 anos, o engenheiro Marco Antonio França Mastrobuono, um dos maiores colecionadores da obra de Volpi e fundador e presidente do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna. Ele sofria de câncer no intestino. O velório e o enterro foram realizados na segunda, no Cemitério São Paulo.
Mastrobuono, também fundador da Companhia do Metrô em São Paulo, teve um papel importante como administrador e secretário de Planejamento de São Paulo, mas se notabilizou pela dedicação à obra do pintor Alfredo Volpi, criando o instituto que leva seu nome e organizando o catálogo raisonné do artista. O instituto que ele fundou trabalha igualmente na divulgação e preservação da obra de outros artistas, entre eles Aldo Bonadei, Ernesto de Fiori, Flávio Carvalho, José Antonio da Silva e Yolanda Mohalyi.
Ativo defensor dos direitos dos colecionadores brasileiros, Mastrobuono lançou há dois anos o livro Abaporu… Hipocrisias, que critica a inconstitucionalidade do decreto federal número 8.124, que permite ao Ibram – Instituto Brasileiro de Museus, declarar um bem cultural privado como de interesse público.
Intelectual, Mastrobuono deixa parte de sua produção inédita, na qual está incluída sua poesia, de conteúdo erudito. Ele também é autor de uma biografia de Volpi, Alfredo – Pinturas e Bordados, uma edição limitada fora do comércio. Nela, ele revelou que Volpi, nos três últimos anos de vida, estava senil, perdera a coordenação motora e enxergava mal, colocando sob suspeita as telas e gravuras que saíam de seu ateliê nesse período.