Anunciado nesta segunda, 29, como grande novo contratado da Record, Fábio Porchat, colunista do jornal O Estado de S.Paulo, protagonizou um legítimo stand up no evento que a emissora promoveu para apresentar sua nova programação ao mercado publicitário, emissoras afiliadas e imprensa, na sede da Barra Funda, em São Paulo. O humorista fará um talk-show de segunda a quinta-feira na emissora. A ideia é preparar o hábito do espectador para encontrar o gênero por lá nos fins de noite, lembrando que o Programa do Jô, o mais tradicional talk-show do País, sairá de cena em 2017.
Marcelo Adnet é cotado para a vaga de Jô – e, de fato, testará sua performance à frente do formato com um programa que a Globo exibirá no segundo semestre. Em dezembro passado, Porchat postou em seu perfil nas redes sociais uma foto ao lado de Adnet, com a frase: “Feliz 2016, Danilo Gentili”. Pergunto-lhe se aquilo era uma provocação pelo que já se prenunciava na época, com Adnet na Globo e Porchat na Record, como concorrentes de Gentili, no ar pelo SBT. “Era”, ele confirma, rindo, ao jornal O Estado de S.Paulo. “Até brinco que, para ocupar o espaço do Jô, a TV vai precisar de três caras”, referindo-se a ele, Adnet e Gentili.
Porchat apareceu no evento inicialmente como se fosse um hacker, com máscara de Vingador e voz distorcida, invadindo o principal telão do local. Disse que exigia a presença do Pica-pau na novela Os Dez Mandamentos e queria ver Marcelo Rezende na banheira do Gugu. Quando a voz começou a se tornar clara e a “farsa” foi se desmontando, ele lamentou que pudessem achar que ele quisesse o lugar de Britto Jr., afastado do ar há meses.
Mais tarde, o vice-presidente da Record, Marcelo Silva, celebrando sua contratação diante de todos, enfatizou que o texto era do humorista, e não da Record. “Perdoa, viu, Britto Jr.?” Ao que Porchat emendou: “Ih, tem que perdoar por muita coisa”. Silva então riu: “Tira o microfone dele”. “Agora não dá mais”, rebateu Porchat, provocando gargalhada numa plateia que costuma prestar todas as reverências a Silva. O executivo voltou a falar de Britto Jr., dizendo que a emissora espera ter um bom projeto para o jornalista, ex-apresentador de A Fazenda, em 2017, o que só reforçou que Britto continuará fora do ar. “Ele não veio hoje porque está com dengue”, disse Silva. “Ih, mas que fase, meu Deus, que inferno astral!”, concluiu Porchat.
Valendo-se da condição de quem parece estar sempre contando uma piada, Porchat também fez referências a Deus, foco sempre delicado para a emissora do grupo da Igreja Universal, e falou no microfone que, se não der certo, vai “fazer como o Datena”: “Pago uma multa enorme e vou embora”. Ao dar boas-vindas ao novo colega, Marcos Mion bradou: “Dói um pouco no começo, mas depois você vai gostar”.
Advogado de Porchat, Sérgio DAntino passou o fim de semana alinhavando um contrato tríplice, que envolve Porchat, Record e Eyeworks, produtora responsável pelo programa. Embora a negociação se arraste desde o ano passado, o acordo foi acertado só agora, e a Record tinha pressa para apresentar a novidade no evento de segunda.
O contrato tem duração de dois anos. O humorista fala que ainda não tem ideia de como será o programa, mas imagina que haverá banda, sim, como todo late show. E, condição rara, continua mantendo, ao menos até segunda ordem, um pé no grupo Globo: hoje estreia no Multishow, canal da Globosat, mais uma temporada do programa Porta Afora, sobre viagens, que ele faz com Rosana Hermann, e em março, começa a gravar nova temporada do Tudo Pela Audiência, com Tatá Werneck, para estrear em maio.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.