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Umberto Magnani deixa relevante currículo na TV e nos palcos

Umberto Magnani viveu exatos 75 anos, idade completada na última segunda-feira, 25, quando o colega Gésio Amadeu, o Chico Criatura (dono do bar na novela Velho Chico), que o acompanhava nas gravações do dia, percebeu seu mal-estar e chamou por socorro. Estavam nos Estúdios Globo, em Curicica, zona Oeste do Rio, e o ator foi levado para o Hospital Vitória, na mesma região. Diagnosticou-se um Acidente Vascular Encefálico (AVE) hemorrágico e Magnani foi submetido a cirurgia, mas não resistiu e morreu nesta quarta, 27, pela manhã.

Casado com Cecília Maciel Magnani, o ator a quem o público vinha chamando de Padre Romão na novela das 9 deixa três filhos – Ana Julia Magnani, Beto Magnani, Graciana Magnani -, duas netas e mais de 40 personagens entre alguns filmes, várias novelas e minisséries e muitas sessões teatrais. O enterro será nesta quinta, 28, no Cemitério Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo, onde nasceu, às 14h.

A TV que o fez famoso só o conheceu em 1973, pela primeira versão de Mulheres de Areia, de Ivani Ribeiro, na Record. Àquela altura, o homem já acumulava alguns feitos no teatro. Formado pela Escola de Artes Dramáticas (EAD), da USP, em São Paulo, foi para o Teatro de Arena em 1968, substituindo Antonio Fagundes em Primeira Feira Paulista de Opinião, de Lauro César Muniz, Bráulio Pedroso, Jorge Andrade, Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos e Augusto Boal, com direção de Boal. Nos palcos não se limitava à boca de cena, participando de direção e produção, função que inaugurou em 1971, com Palhaços, de Timochenco Wehbi, sob direção de Emílio Di Biasi. Assim se deu também com A Capital Federal, de Artur Azevedo, com direção de Flávio Rangel e produção de Cleyde Yáconis; Réveillon, de Flávio Márcio e direção de José Renato; O Santo Inquérito, de Dias Gomes, sob direção de Flávio Rangel, e Honra, de Joanna Murray-Smith, dirigido por Celso Nunes.

Fez Frank V, de Friedrich Dürrenmatt, Um Homem Chamado Shakespeare, de Barbara Heliodora e Ana Amélia Carneiro de Mendonça, ganhou Troféu Mambembe e Prêmio Molière por Lua de Cetim, de Alcides Nogueira, e mais outro Troféu Mambembe e o Prêmio Governador do Estado por Às Margens do Ipiranga, de Fauzi Arap. Outro prêmio Governador do Estado veio por Nossa Cidade, de Thornton Wilder, dirigido e adaptado por Eduardo Tolentino, numa produção do Grupo Tapa. Subiu ao palco com o filho, Beto Magnani, em Avesso, resultado da tradução de Edla Van Steen para o texto de David Mamet Uma Vida no Teatro.

Tamanha produção nos palcos retraiu um pouco sua agenda no cinema. Fez o primeiro filme em 1976 – Chão Bruto de Dionízio Azevedo. Quase dez anos se passaram até o segundo longa, A Hora da Estrela, de Suzana Amaral (1985), seguido de Jogo Duro, de Ugo Giorgetti, Kuarup, de Ruy Guerra, Cronicamente Inviável, de Sérgio Bianchi, Cristina Quer Casar, de Luiz Villaça, e Quanto Vale Ou É Por Quilo?, de Bianchi, em 2005.

Também demorou quase dez anos para voltar à TV, entre Mulheres de Areia e Caso Verdade (1982), já na Globo, para nunca mais sair de cena, circulando entre SBT, Record e Globo, até a forçada despedida de padre Romão, o personagem da vez.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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