“Capitão América: Guerra Civil” mostra Steve Rogers/Capitão América liderando o recém-formado grupo dos Vingadores, que tem como objetivo proteger a humanidade. Mas, após outro incidente envolvendo o grupo resultar em danos colaterais, com mortes de civis, aumenta a pressão política para instalar um sistema de responsabilização, comandado por uma agência do governo para supervisionar e dirigir a equipe. Esse novo “acordo” divide os Vingadores em duas frentes: uma liderada por Steve Rogers, que não quer interferência do governo nas ações dos Vingadores, e outra que segue a surpreendente decisão de Tony Stark/Homem de Ferro de apoiar a supervisão do governo. A partir daí, vários acontecimentos levam os dois grupos a se gladiarem.
Antes de estrear nos cinemas, muitos comentaram pela internet que “Capitão América: Guerra Civil” deveria ter o título de “Capitão América vs Homem de Ferro” – talvez pela comparação com “Batman vs Superman: a Origem da Justiça”, da DC Comics, que chegou em março deste ano e mostrava dois grandes heróis dos quadrinhos se enfrentando – ou então ser chamado de “Vingadores 2,5” – porque junta os super-heróis da organização, menos Thor e Hulk.
Oficialmente, “Capitão América: Guerra Civil” é o terceiro filme do personagem Capitão América, iniciado com “Capitão América: O Primeiro Vingador”, em 2011, e seguido de “Capitão América 2: O Soldado Invernal”, em 2014. Também é o 13º longa do universo Marvel, que teve início com “Homem de Ferro”, em 2008, e é baseado na saga “Guerra Civil” publicada pela Marvel de 2006 a 2007. Logicamente não tem o aprofundamento que o HQ proporciona, mas, sem dúvida nenhuma, é o melhor filme da Marvel Studios até o momento, e também, um dos mais sérios.
E qualidades não faltam. A primeira é juntar, em um só lugar, vários super-heróis da Marvel, como Viúva Negra (Scarlett Johansson), Falcão (Anthony Mackie), Máquina de Guerra (Don Cheadle), Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany), além, é claro, do Capitão América (Chris Evans) e Homem de Ferro (Robert Downey Jr), e do Soldado Invernal (Sebastian Stan). A outra é colocar todo esse pessoal a lutar, divididos em dois grupos – a cena da briga no aeroporto é a melhor do filme e, apesar da seriedade da luta, é onde os personagens se soltam mais em termos de piada.
Outros destaques são a ótima estreia do super-herói Pantera Negra (Chadwick Boseman, de “Deuses do Egito”), que terá filme solo em 2018; da boa participação, mesmo que pequena do Homem Formiga (Paul Rudd, que estreou o personagem em 2015) e a excelente reestreia do Homem Aranha (Tom Holland, de “O Coração do Mar”) que, com pouco tempo na tela, faz uma das melhores personificações já vistas do personagem.
Tudo isso é ponto para os diretores Anthony & Joe Russo e os roteiristas Christopher Markus & Stephen McFeely, que souberam transportar dos quadrinhos para a tela o conteúdo e ação necessária para transformar “Capitão América: Guerra Civil” em uma das melhores, senão a melhor, estreia do ano.