Fortemente associada a festas populares do Nordeste do País, a sanfona é um dos instrumentos musicais mais conhecidos da história. Desde seu formato rudimentar, surgido na antiga China, até os dias atuais, o objeto está presente em quase todas as tradições culturais do Brasil e do mundo. É justamente devido a essa pluralidade que ela é a grande protagonista da quarta edição do Festival Internacional da Sanfona, que será realizado entre os dias 13 e 16 de julho, às margens do Rio São Francisco, na cidade de Juazeiro, na Bahia, famosa por fazer divisa com Petrolina, em Pernambuco.
Sob a curadoria do cantor, sanfoneiro e compositor Targino Gondim e direção-geral de Celso de Carvalho, o evento celebra o instrumento em quatro dias de festa com oficinas, workshops, exposição, encontros e concertos musicais em shows abertos no Centro Cultural João Gilberto. O cantor cearense Fagner, que toca no sábado, 16, será a principal atração da mostra deste ano.
O festival também terá uma exposição de sanfonas, revelando ao público os diversos modelos do sofisticado instrumento. A mostra promoverá demonstrações de montagem, manutenção e afinação das sanfonas que, embora sejam robustas e pesadas, são bastante delicadas e exigem cuidados específicos.
Entre as atrações internacionais já confirmadas para esta edição estão a dupla Vanina Tagini e Gabriel Merlino (Argentina) e Murl Sanders (Estados Unidos). Do Brasil, a programação inclui: Renato Borghetti (RS), Oswaldinho do Acordeon (RJ), Mestrinho (PE), Chico Chagas (AC), o próprio Targino Gondim (PE) e o Quinteto Sanfônico da Bahia (BA).
A cada dia, após as oficinas/workshops, o festival apresentará as Sanfonas Jam Sessions, com as participações dos sanfoneiros presentes na programação e também dos músicos visitantes do evento, promovendo, assim, improvisações e experimentações sonoras abertas ao público que esquentarão os foles da cidade para os shows das quatro noites do festival.
História
A sanfona teria chegado ao Brasil entre os anos de 1836 e 1851 pelas mãos de imigrantes alemães do Rio Grande do Sul, onde o instrumento é mais conhecido como gaita. Há, no entanto, registros de tocadores de foles de oito baixos no Nordeste. O instrumento foi, provavelmente, obtido pelos nordestinos que foram até o sul para lutar na Guerra do Paraguai.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.