Foi em 2012, quando trabalhava na restauração do Museu Casa Padre Toledo, um imóvel do século 18 em Tiradentes (MG), que a arquiteta e designer mineira Isabela Vecci começou a avaliar as possibilidades de uso da pedra-sabão. Lá, ela usou o material como parte das peças expositivas e logo percebeu que poderia ir além.
Conheceu os lugares onde a pedra é beneficiada, em Mariana (MG), e estudou seu emprego ao longo dos anos: “Ela é encontrada em Minas Gerais e em parte de Goiás, foi muito usada no período colonial e caiu em desuso, mas é um material muito bonito”.
Aproveitando sua expertise na produção de móveis para a indústria, apresentou uma coleção usando a pedra-sabão ainda em 2013 na Casa Brasil, feira de design em Bento Gonçalves. Agora, acaba de lançar uma segunda linha de mesas de apoio, com estrutura metálica e tampos feitos com a pedra.
“Pesquisei a joalheria e busquei fazer uma ligação entre pedras preciosas, como ônix e jade, e a pedra-sabão e isso se reflete nas formas em que o material foi cortado para montar as mesas”, diz. “Para mim, ela também é uma preciosa.” Nas peças, a pedra-sabão, apenas cortada e polida, mantém sua rusticidade e mostra os veios brancos na superfície cinza. “Ela é muito usada em lareiras, resiste bem ao calor e à acidez, então, as mesas podem tranquilamente ficar em áreas externas”, diz. Em São Paulo, a coleção está à venda na Dpot.