Autoridades da área cultural da gestão do prefeito Fernando Haddad estiveram na noite desta terça-feira, 13, no Centro Cultural São Paulo, fazendo um balanço e apontando perspectivas das políticas culturais. Haddad não participou do encontro, mas sua presença tinha sido confirmada anteriormente. Às vésperas de encerrar a gestão do PT, o atual governo deixa o que chama de Plano Municipal de Cultura de São Paulo, com uma formatação de ações e estratégias que podem ser usadas ou não pelo próximo prefeito, João Doria.
A primeira fala, a mais enfática, foi de Alfredo Manevy, diretor da Spcine e ex-secretário adjunto de Juca Ferreira, quando era secretário da Cultura da cidade. Manevy afirmou que a gestão Haddad encontrou uma pasta gestora de muitos equipamentos, mas quase nenhuma política pública cultural. “A secretaria gastava quase 80% de sua energia administrando esses equipamentos, mas não possuía uma política para as áreas. Isso gerava um certo isolamento da pasta.”
Manevy lembrou da primeira reivindicação de grupo na área cultural, os blocos de carnaval. “Eles vieram pedir liberdade para desfilar e ocupar a cidade. Em 2013, ainda havia um repúdio ao carnaval de rua de São Paulo. E ainda há forças na Câmara dos Vereadores que querem voltar com a repressão dessas manifestações.”
O Plano Nacional é entregue à administração Doria em forma de decreto. “Queríamos muito que fosse uma lei”, disseram Manevy e a atual secretária de Cultura, Maria do Rosário. Nabil Bonduki, ex-secretário de Haddad, falou que sua gestão conseguiu diminuir um pouco do fosso que separa bairros incluídos, com mais equipamentos culturais, das regiões excluídas. “Mas ainda há muito a ser feito.”
Rosário se despediu dizendo que, a partir de janeiro, eles todos estarão na luta pela continuidade das várias políticas culturais iniciadas nos últimos anos. Manevy afirmou que a sociedade ainda vai acordar e reagir quando a ficha cair e todos perceberem quantos avanços e direitos conquistados estão regredindo com a atual administração do País feita por um governo não eleito pelo povo. “Vai haver uma reação, e a cultura está em alerta… Estamos deixando um legado que é referência na América Latina e eu tenho muito orgulho de ter feito parte desse momento nas políticas públicas da cidade”, acrescentou Alfredo Manevy.