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Drama adolescente revisa a era do bullying

Selena Gomez tinha a adolescência de pop star. Aos 15 anos, passou a interpretar com frequência a personagem Mikayla, na série teen Hannah Montana. De dentro desse mundo aparentemente perfeito, cantora que hoje tem cinco discos gravados, ela enxergava rachaduras. A adolescência não é fácil, seja você famoso ou não. Ela não se lembra exatamente quantos anos tinha quando recebeu um presente da sua mãe, o livro Os 13 Porquês, de Jay Asher. “Tinha uns 16, 17 anos”, explicou ela em um painel organizado pela Netflix, em Nova York, para comentar a série 13 Reasons Why, a adaptação daquelas 255 páginas (na versão do livro em português), da qual Selena é produtora executiva. A série tem seus 13 episódios lançados nesta sexta-feira, 31, na Netflix.

Quase uma década se passou desde que a mãe da cantora comprou uma edição do livro em uma livraria Barnes and Nobles. Selena passou a militar pelos adolescentes que a seguiam, aqueles que se sentiam desajustados nas high schools e excluídos. “Assim que eu li o livro, eu percebi que poderia ser algo com o qual meus fãs se relacionariam”, ela explica. “Constantemente, eu via jovens que eram autênticos, me dizendo como eles se sentiam e pelo que passavam.”

O projeto, inicialmente, era transportar as palavras de Asher para o cinema. Aos poucos, a história se desenvolveu e não caberia mais em 120 minutos de telona. Era preciso mais, constatou Selena. “Acho que funcionou melhor como série uma vez que nós começamos a trabalhar com essas pessoas”, ela diz ainda.

A cantora e também atriz iria interpretar a personagem Hannah, uma jovem que tira a própria vida por motivos que a escola inteira desconhece. Daí vem o título, os 13 motivos do suicídio. Hannah deixa depoimentos em fita cassete e, lá, conta a história que a levou a uma atitude tão extrema. A personagem é interpretada pela novata Katherine Langford e divide o foco da série com Clay Jensen, vivido por Dylan Minnette. É o rapaz, que nutria uma paixão pela garota, o primeiro a receber os depoimentos dela.

Apesar das cassetes, trata-se de uma história contemporânea, na qual o bullying se tornou cyberbullying. Foi amplificado e extrapola os muros das escolas.

O responsável pelos dois primeiros episódios é Tom McCarthy, diretor e roteirista do filme Spotlight – Segredos Revelados, com o qual ganhou um Oscar. Pai de duas garotas, ele se viu compelido a levar essa história para a televisão. “O que me atraiu nesse livro é que ele realmente acerta em temas difíceis. Há tantas coisas além do suicídio. Abuso emocional, sexual, violência de todos os tipos”, ele diz. “Mas o livro faz isso de uma forma tão acessível, de uma forma incrivelmente fácil de se assistir e ler”, acrescenta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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