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ESPAÇO AAPAH – As águas do centro de Guarulhos: sobre o concreto e o asfalto

Os grandes centros urbanos criam-se, recriam-se e “operam” sobre um substrato que outrora sora completamente natural. Os espaços que em um momento anterior pertenciam á natureza, hoje dá lugar aos objetos e construções do homem.
 
Guarulhos, assim como outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo, passou por intenso processo de urbanização, principalmente a partir da última metade do século passado. Este processo consolidou sobre o espaço guarulhense uma nova forma de organização e nova dinâmica social, econômica e espacial. A região central da cidade que a foi mais precocemente urbanizada, concentrando também, muitos dos serviços públicos e privados urbanos; além de ter sido alvo de grande especulação imobiliária nos últimos tempos. 
 
Estes processos demandando espaço físico para se concretizarem, alteraram profundamente o substrato original da região Central de Guarulhos.  O espaço da natureza foi profundamente alterado em prol das necessidades da cidade, dando lugar ás construções humanas. Os rios e córregos foram, em especial, um dos objetos constituintes da natureza que mais foram alterados e impactos pela construção urbana. Para dar lugar as ruas e á especulação os cursos d’água da chamada bacia central (bacia hidrográfica localizada na região do Centro de Guarulhos) foram quase totalmente canalizados e soterrados; suas águas poluídas e sua existência esquecida por muitos daqueles que trafegam por seus antigos leitos.
 
Quem transita, por exemplo, pela Avenida Paulo Faccini muitas vezes, não imagina que exista um rio correndo do Asfalto; o Ribeirão das Cubas foi um dos contribuintes, no passado, para o abastecimento público da cidade, hoje encontra-se poluído, canalizado, enterrado e esquecido. Nas proximidades da Praça IV Centenário, encontra-se soterrado o Córrego do Lava-Pé, que foi um dos pontos de referências da região em tempos passados, e hoje passa desapercebido no correr da cidade.
 
Guarulhos, como a cidade de São Paulo, soterrou seus rios para abrir espaço ás ruas e construções; impermeabilizou os solos e aumentou os alagamentos e necessita de políticas e programa de recuperação ambiental e planejamento urbanístico para recuperar e reintegrar seus rios á seu cotidiano.
 

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