Apesar de já ter demonstrado preocupação com os efeitos colaterais de uma política monetária altamente acomodatícia, o Banco Central Europeu (BCE) deve apresentar, hoje, um amplo pacote de estímulos, como corte de juros, atualmente em -0,50% ao ano, e ampliação do programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). A medida seria uma resposta aos impactos econômicos do novo coronavírus e à iminência de uma recessão no bloco comum, de acordo com cinco instituições consultadas pelo <b>Estadão /Broadcast</b>.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, já disse que a Europa está sujeita a sofrer uma crise semelhante à de 2008 por causa do coronavírus, hoje declarado como uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um corte de juros de olho nos efeitos da doença sobre a economia por parte do BCE deve vir a reboque de seus pares inglês e americano, que cortaram suas taxas básicas de forma extraordinária em 0,5 ponto porcentual nos últimos dias 3 e 11, respectivamente.
O Morgan Stanley aposta no que chama de "pacote completo": corte de 0,1 ponto porcentual nos juros e salto nas compras de bônus de ¤ 20 bilhões para ¤ 40 bilhões por mês. "Embora continuemos céticos de que o corte proporcionará um estímulo econômico significativo, vemos a medida como sinal de forte compromisso do BCE com seu mandato."
Nos EUA, o presidente Donald Trump anunciou na noite de ontem a suspensão por 30 dias de voos da Europa para o país e disse estar "confiante" de que seu governo "reduzirá significativamente" a ameaça do surto para os cidadãos americanos.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>