O livre-arbítrio dos mais jovens (em relação às determinações dos pais e à escolha em sua orientação sexual) inspira a peça infantojuvenil O Príncipe DesEncantado – O Musical, em cartaz no Viga Espaço Cênico. O ponto de partida é uma fábula conhecida – com o desaparecimento do Rei, o príncipe Vick é preparado pela mãe para assumir o trono. Como? Casando-se com uma garota vinda da Escola de Princesas.
O detalhe é que o confuso e pressionado Vick gosta de meninos, escolha que a mãe se recusa a ouvir. Para aliviar a tensão, ele vai a um karaokê, onde conhece Teco, rapaz por quem se apaixona. O que Vick não sabe é que Teco é irmão de uma de suas pretendentes, o que, claro, aumenta a confusão.
O musical foi escrito e dirigido por Rodrigo Alfer, que se inspirou livremente no romance holandês Koning en Koning (Rei & Rei), de Linda De Haan e Stern Nijland, que provocou alvoroço entre pais e grupos religiosos dos Estados Unidos e Inglaterra, e também em declarações da escritora de livros infantis e educadora Márcia Leite.
“Embora a temática da homoafetividade ainda seja considerada um tabu, acreditamos que podemos contribuir para desmistificar o tema e para que, num futuro próximo, esta seja apenas mais uma história que fala de amor, como tantas outras”, comenta Alfer que, ao escrever, utilizou experiências pessoais.
O assunto, de fato, é tratado com carinho e bom humor, graças ao talento de Davi Novaes, que vive Vick com toques de Woody Allen, Cícero de Andrade (como Teco), Marcella Piccin (hilariante como a pretendente), Manu Littiéry (rainha), além de Silvanno Vieira e Vanessa Rodrigues. Outro destaque é a atriz Maite Shneider, uma das principais militantes dos movimentos de divulgação e aceitação da transexualidade no País, que vive o Rei, que volta com nova orientação sexual.
O PRÍNCIPE DESENCANTADO – O MUSICAL
Viga Espaço Cênico. R. Capote Valente, 1323. Tel.: 3801-1843. Sáb. e dom., 16h. R$ 50. Até 30/7
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.