Inspiradas pelo Museum Mile Festival, evento tradicional que ocorre anualmente na Quinta Avenida, em Nova York, as instituições culturais da Avenida Paulista promovem neste domingo, 11, a Paulista Cultural. Durante o dia, os espaços que ajudaram a consolidar a avenida como modelo urbano vão promover atividades, apresentações, shows e exposições, todos gratuitos, em um intercâmbio inédito por aqui.
Masp, Instituto Moreira Salles (IMS), Itaú Cultural, Casa das Rosas, Japan House e Centro Cultural Fiesp fizeram um “amigo secreto”: por sorteio, definiram quem ocuparia qual espaço.
Por exemplo: o IMS leva para a Casa das Rosas a “Sericleta”, uma “unidade móvel de impressão em serigrafia”. O Masp leva para o Itaú Cultural um aulão de batekoo, dança aos ritmos do passinho, dancehall, afrohouse, kuduro, funk e twerk. Na Japan House, a Casa das Rosas faz a atividade Os Polvos Poéticos, na qual atores do Grupo Sensus declamam haikais japoneses, traduzidos por Haroldo de Campos e Guilherme de Almeida, através de conduítes, como na brincadeira do telefone sem fio.
Todas as atividades são gratuitas e ocorrem neste domingo, 11.
Pelo menos outras nove instituições da avenida aderiram à ideia e também vão promover programação especial.
Cinemas (Itaú Augusta e Cinearte, no Conjunto Nacional) terão todas as sessões a preço de meia-entrada. Apresentações de música ao vivo não faltam: Almir Sater toca às 16h no Centro Cultural Fiesp, de graça, e shows variados ocupam o vão livre do MASP, a entrada do IMS, o Mirante 9 de Julho e espaços do Itaú Cultural e do Instituto Cervantes.
O instituto espanhol recebe a segunda edição da Feria Relámpago, de edições independentes e temáticas hispânicas. Entre as editoras participantes, Lote 42, Bebel Books, Sur Livraria, Microutopias e Elefante. Com oficinas e mesas redondas, a feira ocorre das 10h às 18h. A Livraria Cultura do Conjunto Nacional recebe debates sobre literatura e apresentações musicais.
Detalhes da programação podem ser vistos na página Paulista Cultural 2018 no Facebook.
Para a diretora de relações institucionais do MASP, Juliana Sá, um dos principais objetivos da iniciativa é democratizar o acesso e divulgar os equipamentos culturais. “As pessoas passeando na avenida, no domingo, às vezes não se dão conta das instituições, então essa é uma ação para refletir no ano inteiro”, explicou.
A ideia é que a Paulista Cultural seja um evento anual. “Tenho certeza que será um evento referência na América Latina”, diz a diretora. Ela enfatiza que a relação entre as instituições organizadoras sempre foi positiva, mas que os DEMais serviços e comércios da avenida também se beneficiam com a ação.
O “caçula” das organizações na Paulista, o Instituto Moreira Salles, que abriu no final de setembro de 2017, já recebeu cerca de 400 mil visitantes em pouco mais de cinco meses de atividades, segundo o curador de programação e eventos do IMS, Lorenzo Mammi.
“É mais do que a gente imaginava em nível de público”, diz. “É um público muito variado, tanto de faixa etária como de configuração: é desde quem vem pela vista da Paulista e acaba encontrando as exposições gratuitas, até aquele indivíduo superinformado, que acompanha as discussões”, comemora sobre o sucesso da nova sede, uma das protagonistas desta Paulista Cultural 2018.
Inspiração
O Museum Mile Festival existe desde 1979 na faixa da Quinta Avenida, em Nova York, que abriga instituições como o Met, o Solomon R. Guggenheim Museum e o Museum of the City of New York, entre outras. O evento foi criado, justamente, para promover e divulgar as instituições. A avenida também fica aberta a pedestres.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.