Com um clima futurista, das luzes criando todo o efeito já na noite do palco Onix, no Lollapalooza, o quarteto Imagine Dragons vem com força diante de uma área lotada, em um espetáculo de imagem de plateia que começa diante do palco e sobe toda a encosta da montanhosa região do Autódromo.
A banda de Las Vegas vem ao Brasil em seu décimo ano de existência, suficientes para sair do status indie e entrar no universo dos titãs. Dan Reynolds conduziu Daniel Wayne, guitarra; Ben McKee, baixo; e Daniel Platzman na bateria em uma viagem pelos hits e pelas canções de Evolve. Believer, uma das músicas, ficou por 12 semanas no topo de uma importante parada dos Estados Unidos. Foi logo a segunda música do show, entoada por uma multidão, com direito a chuva de papel picado a la Coldplay.
Houve um contraste, quase um choque de geração, ver Mano Brown com seu projeto Boogie Naipe no palco vizinho instantes antes do Imagine Dragons. Brown fez uma bela apresentação, mas a plateia ali era outra. Quase nada de memória emotiva parecia presente para reforçar o envolvimento de uma plateia teen. Também não houve nenhum protesto, deixando claro como Brown delimita seus dois territórios. Racionais não entra no Boogie Naipe, e vice versa.
O Dragons, por sua vez, tomou uma atitude rapper e fez, no discurso de Dan, um protesto anti armas e um lamento pela perda das crianças para a guerra, uma realidade de tantos países. Dan, cheio de postura, se veste com bandeira LGBT que recebe da plateia e vai para o público. Não lhe falta carisma.