Desde que a economia saiu da Idade Média, o mundo foi conhecendo o surgimento de uma nova classe: a classe trabalhadora. Trabalhador, em regra, é quem presta serviço mediante contrato determinado, jornada fixada e salário garantido ao final da tarefa, geralmente ao final do mês.
Como tudo muda, a organização da economia vem se modificando e a própria classe trabalhadora também se transforma. Lá no passado, só era trabalhador o operário braçal da cidade (o do campo praticamente era escravo). Hoje, a situação é bem diferente, pois um professor-doutor de uma universidade continua na condição de trabalhador. Faz trabalho intelectual, mas não deixa de ser trabalhador.
Essa classe trabalhadora, desde que existe, busca se organizar para defender direitos e ampliar conquistas. E é esse movimento que está na origem do 1º de Maio.
O atual Dia do Trabalho tem origem no episódio conhecido como “Mártires de Chicago”. Naquela cidade norte-americana, em maio de 1886, operários entraram em greve exigindo redução da jornada para oito horas. Por que oito? Porque o dia ficaria assim dividido: uma parte para trabalho; outra para descanso; e a terceira para estudo, lazer, vida familiar e social.
A repressão policial não tardou e os líderes do movimento foram condenados. Resultado: cinco deles acabaram enforcados, em 11 de novembro de 1886. Morriam os homens, mas ficava o exemplo. Estava criado o mito sobre os “Mártires de Chicago”, brado que ecoa até hoje.
O Dia do Trabalho foi instituído, em 1891, por um Congresso da Internacional Socialista. No Brasil, a primeira comemoração da data foi em Santos, em 1895.
Hoje, o 1º de Maio é praticamente data universal. No Brasil, é amplamente comemorado, reunindo milhões de pessoas, em vários locais e eventos, no maior Dia do Trabalho do mundo.
E temos o que comemorar? Temos! 1º) Vivemos num País livre e democrático. 2) Temos um governo progressista. 3) A economia cresce. 4) Os salários, em média, sobem. 5) O movimento sindical ganha importância e força. E, por fim, temos perspectivas de melhorar na direção de um País com mais inclusão social, distribuição de renda e oportunidades.
Mas só chegamos a esse estágio porque, antes de nós, gerações e gerações de trabalhadores tiveram coragem de se organizar e lutar. Portanto, aos trabalhadores de ontem, de hoje e de amanhã rendo aqui as minhas homenagens.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região