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Que país é este?

Acompanhamos nos últimos dias uma série de fatos que nos fazem pensar no caminho que a nossa sociedade está seguindo.


Lembrando alguns deles: manifestantes no bairro de Higienópolis em São Paulo promovem churrasquinho na frente do shopping para mostrar aos “ricos” que querem uma estação do metrô próxima de uma importante avenida. Ouvimos que um ministro “vintuplicou” seu patrimônio, prestando consultoria a grandes empresas. Depois soubemos que o MEC, responsável pela Educação no Brasil, adquiriu livros que, ao invés de ensinar, explicam que falar e escrever de modo “diferente” não é errado…


Por fim, no último sábado, outros manifestantes resolveram enfrentar a polícia militar que cumpria uma ordem judicial que determinava impedir a “marcha da maconha” promovida por eles.


Será que nossa sociedade está de cabeça para baixo? Cada dia está mais difícil entender o que é certo ou o que é errado! Qual é a ética praticada hoje em nosso país?


Infelizmente esta pergunta ainda está longe de ser respondida. O Brasil ainda é um país com uma sociedade em amadurecimento, com uma grande parcela de jovens. Estamos discutindo hoje temas que já deveriam estar consolidados desde o século passado. Liberar a maconha? Ora, sabemos que temos no centro de São Paulo uma região tomada pelo crack, que várias ocorrências policiais se derivam do uso das drogas. Liberar a maconha é algo impensável!


A questão do livro didático e do ministro consultor nos faz refletir se estamos sendo governados por pessoas que têm consciência de suas responsabilidades públicas. Uma autoridade pública deve dar exemplos, especialmente aos nossos jovens. É difícil exigir dos estudantes o uso correto da língua portuguesa, quando o MEC inventa o tal “preconceito lingüístico”. Exemplo estranho que impressiona o mais audaz empresário é o fato de ser possível faturar milhões de reais em pouquíssimo tempo, mesmo sem ter uma habilitação específica, uma inovação ou um produto capaz de prover tais rendimentos.


Produzir atos para reviver a “luta de classes” nos tempos atuais em que a classe C se fortaleceu é outro exemplo de que nossa sociedade está sem bandeiras e rumo. As lutas e as manifestações devem ser para exigir respeito às leis, a prática de bons costumes e a moralidade em todos os seus aspectos, até mesmo para exigir que autoridades públicas prestem contas ao povo de seus atos.


O Brasil é um grande país! Não podemos deixar que a falta de ética de alguns e idéias ridículas de outros sirvam de exemplo aos milhões de jovens de bem em formação. A vantagem é que sempre um bom exemplo é mais forte do que o ganho fácil de um mau exemplo.


 


Wilson Lourenço


Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)

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