De tempos em tempos ouvimos os responsáveis pelos telefones de emergência se queixando da enorme quantidade de trotes que suas centrais recebem diariamente. Alguns dizem que mais de 40% das ligações recebidas são trotes! Os telefones de emergência possuem três dígitos para facilitar a memorização e a rapidez da ligação. Os números principais são: 190 da Polícia Militar, 192 do SAMU – Ambulâncias, 193 dos Bombeiros e o 199 da Defesa Civil.
Claro que o sistema seria bem mais eficiente se tivéssemos um número único. Com isso, o cidadão independente da ocorrência, ligaria para uma central onde seria feita a triagem e o despacho ao órgão responsável pelo atendimento. Isso evitaria muitas ligações erradas para o 190, que são pedidos de informação, casos para atendimento dos bombeiros ou de saúde.
Esta idéia foi apresentada pelos Consegs de Guarulhos nas reuniões do Conselho Municipal de Segurança em 2001 e aprovada. Então, a Prefeitura iniciou a construção da Central de Atendimento na sede do CPA-M/7 com o objetivo de unificar o atendimento das polícias, Bombeiros, ambulâncias, Defesa Civil e Guarda Civil Municipal. Isso também aumentaria a eficiência do atendimento evitando o deslocamento de viaturas de órgãos diferentes à mesma ocorrência.
Porém, infelizmente, ao término da construção, o comando do CPA/M-7 relutou em elaborar um convênio para que todos os órgãos trabalhassem na mesma sala de atendimento, alegando ser desnecessário “juntar” todos em um mesmo espaço físico e a dificuldade para definir os procedimentos operacionais para determinar qual deveria atender cada tipo de ocorrência. Ou seja, construímos algo inovador e paramos na burocracia!
A partir deste episódio deixei de acreditar no “índice dos trotes”. Se realmente existe, porque é que nestes últimos 10 anos não fizeram nada? Será que os recursos tecnológicos existentes para identificar estes maus cidadãos não são suficientes? A legislação penal (artigo 340, CP) prevê pena de
Sabemos que boa parte dos trotes são feitos por crianças e essa pratica aumenta neste mês de férias escolares. É uma boa oportunidade para os pais conversarem com seus filhos e educá-los sobre a importância dos telefones de emergência. Por outro lado, mesmo entendendo as dificuldades, devemos continuar exigindo dos responsáveis pelas centrais de emergência um atendimento ágil, eficiente e atencioso, independente da quantidade de ligações diárias, afinal muitas ligações tem do outro lado alguém pedindo socorro!
Wilson Lourenço
Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)