O “Dia Sem Carro” será lembrado hoje em cidades de todo o mundo. A iniciativa sugere que os motoristas deixem seus veículos em casa e experimentem utilizar outros meios de transporte. A data também serve para refletir sobre o uso do automóvel, sobretudo a nossa parcela de responsabilidade em problemas como a poluição e o caos no trânsito. É um dia para arriscar uma pedalada, uma caminhada mais longa, verificar como se a situação do transporte público melhorou e, caso não consiga deixar o veículo, ao menos propor uma carona solidária a um amigo.
O “Dia Sem Carro” faz parte do calendário oficial de Guarulhos graças a uma lei de minha autoria. Quando apresentei o projeto, queria que a data fosse utilizada para discutir alternativas ao transporte individual motorizado, levando as pessoas a uma reflexão sobre o planejamento das cidades ser feito apenas em função do automóvel.
Nos últimos anos, a Prefeitura tem realizado iniciativas para esclarecimento, prevenção e conscientização dos motoristas. Nesse ano, a campanha “O transito só muda quando a gente muda – Faça a sua parte!” deverá percorrer pontos estratégicos da cidade e atrair a participação de alunos da rede municipal.
Quem circular hoje pela Rua Gabriel Machado, no Centro, vai estranhar as mudanças no local. A via será simbolicamente fechada ao tráfego de carros e ganhará um visual que remeterá os transeuntes à década de 20, com direito a fotógrafo lambe-lambe, realejo, coreto, bancos de praça e uma série de atividades lúdicas para sensibilizar os motoristas.
Nessa data, também devemos refletir não só sobre os congestionamentos intermináveis, que consomem horas preciosas de nossos dias. Mas, principalmente, sobre a questão da violência no violência no trânsito, que produz acidentes que matam mais do que muitas guerras no mundo, seja por imprudência, irresponsabilidade ou até imperícia dos condutores. Muitas mortes poderiam ser evitadas se houvesse mais respeito nas ruas.
A mobilidade urbana ocupa cada vez mais espaço na pauta de urbanistas, engenheiros, e arquitetos, e está na agenda política dos principais partidos. A simples reflexão que fazemos hoje tem de se materializar no futuro, em mudanças das atitudes individuais de cada cidadão. Mas não adianta esperar apenas por ações do Poder Público. Uma frase surrada, e insistentemente usada pelos ambientalistas, se encaixa perfeitamente para mudarmos essa situação: “Se cada um fizer bem a sua parte, estaremos com certeza ajudando o mundo a ficar um pouco melhor”.
José Luiz Guimarães
Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna