Eu sempre digo que o sindicalismo é o único movimento que promove uma efetiva distribuição de renda no Brasil. Essa distribuição, mais justa, eleva o poder de compra das famílias, aquece a economia regional, além de ajudar a fortalecer o mercado interno.
A ação sindical, dessa forma, alimenta o ciclo ativo da economia, gerando benefícios para toda a sociedade.
E o sindicalismo metalúrgico tem exercido um papel importante nesses avanços. Este ano, pela oitava vez consecutiva, nossa categoria fecha acordo com ganho real e mais direitos.
Uma ideia mais concreta dessas conquistas pode ser medida levando-se em conta o período 2004-2011. Nesses oito anos, o INPC acumulado ficou em 50,89%. Já o aumento da categoria chegou a 91,70%.
Real – O acordo firmado este ano, após grande mobilização na base com ato nas portas de fábrica. Essa mobilização dos metalúrgicos fortaleceu a ação do Sindicato na negociação com o setor patronal, assegurando o reajuste salarial geral de 10%. Com isso, o aumento real médio ficará em torno de 3%.
Esse é o aumento médio, porque nos Pisos o ganho real é ainda mais expressivo. Numa das faixas, no grupo patronal 2, por exemplo, o reajuste será de 12,11% (cerca de 5% de aumento real).
Abonos – Nos últimos anos, temos conseguido pagamento de abonos salariais. Este ano, eles variam entre 26 e 28% dos salários, trazendo mais um aporte para a conta bancária dos companheiros.
Os acordos firmados até o momento abrangem mais de 80% da base metalúrgica, valendo para os trabalhadores dos grupos Sindimaq e Sinaees (grupo 2); Sindipeças (grupo 3), Fundição e Grupo 19-3. Em outros grupos patronais, as negociações prosseguem.
Mulher – Os acordos também ampliam os direitos da trabalhadora. A partir de agora, a licença-maternidade sobe para 180 dias.
Tetos – Outro avanço é em relação aos tetos salariais. O Sindicato conseguiu ampliar os limites, assegurando a aplicação integral do reajuste para mais trabalhadores situados no topo da pirâmide salarial.
Estou feliz por ter atuado numa campanha salarial bem-sucedida. E com o sentimento de dever cumprido, pois quando a campanha começou a crise havia estourado na Europa e muita gente pregava contra o aumento de salários. Foi importante ter mantido a crise longe da nossa campanha. Isso foi decisivo para chegar onde chegamos: ao oitavo ano consecutivo com ganho real de salário para os metalúrgicos de Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região