Artigos

Prevenindo a síndrome da respiração bucal

Atualmente os problemas respiratórios na infância são cada vez mais freqüentes. Estudos apontam que 30% das crianças brasileiras respiram pela boca e apresentam a chamada “síndrome da respiração bucal”.


Por mais óbvio que possa parecer – que ao nariz compete inspirar e à boca expirar o ar de nossos pulmões num ritmo automático –, muitos desconhecem que a inversão desses papeis pode trazer graves conseqüências ao indivíduo.


A voz nasalada, nariz entupido, garganta irritada são apenas uma pequena parte do problema. Entre as principais causas desta síndrome estão as obstruções das vias aéreas superiores; as rinites e rinossinusites alérgicas, os desvios de septo, adenoides e amídalas aumentadas e o mau posicionamento dento maxilar.


Alterações crânio-facial, dento-maxilar, alterações dos órgãos fonoarticulatórios, como a hipotrofia dos músculos das mandíbulas, mastigação ineficiente, problemas digestivos, comprometimento do crescimento, alteração da postura, halitose, apneia e sono alterado, irritabilidade, falta de atenção e concentração gerando dificuldades escolares são apenas parte das conseqüências geradas pela síndrome da respiração bucal.


Somente um especialista poderá definir o diagnóstico, o que nem sempre será fácil. No entanto, para a criança, a falta de tratamento gera inúmeras conseqüências em seu organismo que muitos pais ignoram.


Objetivando contribuir para a prevenção dessa síndrome e verificando hoje os grandes investimentos feitos pelo prefeito Sebastião Almeida na área da educação; apresentei projeto de lei criando para nossas escolas municipais o Programa Respire Bem. A lei – já aprovada pela Câmara Municipal de Guarulhos e que aguarda sanção do prefeito –  terá como principal objetivo a prevenção e o diagnóstico de doenças respiratórias e mau posicionamento dento-maxilar para posterior encaminhamento ao serviço de profissionais fonoaudiólogos, fisioterapeutas e cirurgiões-dentistas da rede municipal.


Espero que, com essa medida, tenhamos condições de evitar que centenas de crianças tenham seus organismos profundamente alterados e seu futuro comprometido fisiologicamente, simplesmente por que alguém foi negligente ou ignorava a gravidade de sua situação.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna

Posso ajudar?