Estava tudo certo para Alice Wegmann interpretar Ema, da novela das 6, “Orgulho e Paixão”. A atriz também estava prestes a terminar a faculdade de Comunicação. Isso até ela receber um telefonema inesperado do diretor José Luiz Villamarim num sábado à noite, no ano passado. Villamarim queria que a atriz fosse a Maria de “Onde Nascem os Fortes”. E, para isso, ela precisaria viajar à Paraíba dali a dois dias. O convite viraria sua vida no avesso, mas ela não titubeou e aceitou. Na segunda-feira, já estava no avião, rumo ao set da supersérie.
Numa folga de gravação, Alice conversou com o jornal O Estado de S. Paulo sobre sua personagem, Maria, a garota do Recife que inicia, no sertão paraibano, uma jornada em busca do irmão gêmeo desaparecido – uma situação-limite que faz surgir um lado de Maria que ninguém conhecia, nem ela própria. E, ao mesmo tempo em que há a simbólica perda de sua inocência, a personagem se apaixona por Hermano (Gabriel Leone).
É uma frequência de atuação que exigiu, inclusive, força física de Alice. Há cenas de bike, de fuga, de comer terra. A vantagem é que Alice já tem preparo físico. “Fui atleta minha vida inteira, fiz 8 anos de ginástica olímpica. Acho que isso ajudou muito. Esse foi o grande laboratório que tive para fazer esse personagem”, conta a atriz, que teve pouco tempo para se preparar para o papel. “A preparação foi justamente o susto”, diz. “Acho que essa, na verdade, foi a melhor forma de começar nessa personagem, porque ela não pede uma coisa muito racionalizada.”
Na primeira reunião com o autor George Moura, ela ouviu a seguinte descrição: Maria é muito coração e movimento, vai no instinto, na intuição. “Ela não é preparada para pegar uma arma e atirar em alguém, nunca fez isso na vida. São coisas que vão acontecendo numa forma de defesa dela, e ela acaba se transformando numa pessoa que nunca imaginou que fosse virar.”
Há 7 anos na Globo, esse é o papel mais dramático da carreira da atriz até agora? “Todos os personagens têm sua importância, mas acho que não dá para negar que é gigantesca a força que ela tem”, Alice responde. “Acho que representa o poder feminino, e essa coisa de provar que não é homem que faz, mulher também pode fazer, porque a vida é assim.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.